29.09.2025 às 10:10h - atualizado em 29.09.2025 às 16:02h - São Miguel do Oeste
O número de golpes aplicados em São Miguel do Oeste quase triplicou entre 2019 e 2024. Segundo o delegado Sandro Zancanaro, a delegacia da cidade registrou 207 boletins de ocorrência relacionados a esse tipo de crime em 2019. Já em 2024, esse número saltou para 597.
Zancanaro participou do programa Peperi Debates no último sábado, 27, e destacou que os golpes sempre existiram, mas tiveram um crescimento expressivo durante e após a pandemia de Covid-19. "O ambiente digital facilitou a ação dos criminosos e aumentou a vulnerabilidade das vítimas", explicou.
Entre os principais golpes registrados na cidade estão:
- Falso advogado: quando o golpista se passa por profissional da área e engana vítimas em nome de supostos processos ou indenizações;
- Intermediário de venda de veículos: criminosos fingem intermediar a compra e venda de carros pela internet;
- Boleto falso: vítima recebe cobrança por produtos ou serviços que não adquiriu;
- Golpe do amor: envolve criminosos que se passam por soldados ou combatentes de guerra, alegando que estão chegando à cidade e precisam de dinheiro para desbloquear valores retidos no aeroporto.
Apesar da crescente sofisticação dos criminosos, a Polícia Civil tem se estruturado para combater o avanço dessas fraudes. De acordo com o delegado, a corporação conta com uma delegacia especializada em crimes cibernéticos e tem investido na capacitação dos policiais.
Ainda assim, Zancanaro defende mudanças na legislação para agilizar o combate aos golpes. Uma das propostas é dar mais autonomia à polícia para bloquear temporariamente contas bancárias suspeitas de envolvimento em fraudes.
“Hoje, muitas vezes, o dinheiro da vítima é transferido rapidamente para várias contas, dificultando a recuperação. Se tivéssemos essa autorização legal, poderíamos agir logo após o depósito e evitar o prejuízo”, afirmou.
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