29.04.2025 às 00:17h - atualizado em 29.04.2025 às 00:22h - São Miguel do Oeste
Questionamentos sobre a qualidade dos trabalhos de melhorias em andamento, previsões orçamentarias e promessas por soluções. Esse foi o resumo da audiência pública realizada na noite dessa segunda-feira, 28, na Câmara de Vereadores de São Miguel do Oeste, que discutiu a situação da Willy Barth e das rodovias BRs 282 e 163 no Extremo-oeste.
A audiência iniciou com a formação da Mesa de Honra e manifestações dos representantes comunitários e de associações de moradores.
Davi Cavalli, representante do Bairro Andreatta, destacou os altos índices de acidentes na Willy Barth e defendeu o retorno das lombadas físicas para reforçar a segurança viária.
O presidente do Conselho das Entidades, Rudinei Almeida dos Santos, afirmou que as más condições das rodovias federais e da Willy Barth comprometem o desenvolvimento regional. "Estamos isolados do mundo", enfatizou, cobrando previsão orçamentária para a execução e conclusão das obras necessárias.
Juarez Junior, presidente da CDL, relatou conversas anteriores com o superintendente do DNIT, Alysson Rodrigo de Andrade, e pediu mais agilidade nos trabalhos de melhoria. Segundo ele, a região precisa de maior representatividade política para garantir o envio de recursos.
Representando o Bairro São Gotardo, André Orso apontou os riscos no trecho urbano da BR-163 e criticou a má qualidade dos serviços paliativos, citando o caso de uma equipe tapando buracos sob chuva com pás.
Kevin Ledur, da associação de moradores do Bairro Progresso, cobrou a instalação de sinalizações adequadas, como faixas de pedestres, e a elaboração de um plano de segurança para pedestres nos acessos ao bairro.
Em seguida, vereadores se pronunciaram. Marli da Rosa questionou a fiscalização das obras na Willy Barth; Borguetti sugeriu a construção de viadutos ou passarelas de acesso aos bairros; e a vereadora Cris Zanatta lamentou a ausência de mais representantes estaduais e federais na audiência.
Moradores também se manifestaram. José Ignacio de Oliveira trouxe um histórico da construção da BR-282 e cobrou soluções definitivas. O empresário Francisco Crestani questionou os investimentos feitos em melhorias nas BRs 282 e 163, criticou a efetividade das obras e reclamou do aumento da fiscalização de velocidade sem a correspondente melhoria na malha viária. Crestani falou inclusive que há alguns anos chegou a pedir o afastamento do então superintendente do DNIT.
Lucilene Binsfeld pediu ações concretas para três pontos estratégicos da Willy Barth: o acesso ao Hospital Regional, ao Bairro São Sebastião e o trevo de entroncamento das BRs 282 e 163.
O coordenador Regional de Infraestrutura, Everaldo Di Berti, também fez o uso da palavra e explicou que a Willy Barth é um trecho federal da BR-163, e não da rodovia estadual SC-163, e afirmou que o Estado está disposto a colaborar com o DNIT na busca por soluções.
O vice-prefeito de São Miguel do Oeste, Carlos Agostini, destacou o trabalho da administração municipal em levar as demandas locais às esferas estadual e federal. Ele defendeu a necessidade de um projeto de trânsito para desviar veículos pesados da Willy Barth.
De forma remota, o deputado federal Pedro Uczai, coordenador do Fórum Parlamentar Catarinense em Brasília, garantiu que a bancada catarinense tratará as demandas da Willy Barth e das BRs 282 e 163 como prioridade na busca por recursos federais.
Superintendente do DNIT reconhece problemas e apresenta propostas
O superintendente do DNIT em Santa Catarina, Alysson Rodrigo de Andrade, apresentou as ações em andamento na região, destacando a adequação da BR-163 entre Guaraciaba e Dionísio Cerqueira, com previsão de conclusão em 2025. A obra inclui viadutos em Guaraciaba e Guarujá do Sul. Ainda falou sobre a construção das marginais da BR-282 em Maravilha e a construção do viaduto no entroncamento com a BR-158.
Reconhecendo a precariedade da Willy Barth, Andrade explicou que os problemas são resultado de falhas estruturais no projeto original. Para solucioná-los, defendeu a necessidade de um processo conhecido como reciclagem de base e a construção de drenos profundos, com investimento estimado em R$ 25 milhões. O projeto já está concluído e orçado, aguardando liberação de recursos federais.
Ele também anunciou a elaboração de um projeto para o contorno viário de São Miguel do Oeste na BR-163, cujo recurso está garantido, e a previsão de duplicação de 427 quilômetros da BR-282, entre Lages e São Miguel do Oeste.
As entrevistas com Alysson Rodrigo de Andrade, Adilson Pandolfo e Carlos Agostini serão veiculadas na manhã dessa terça-feira, 29, na programação da Rádio Peperi FM, 99,9.
Foto(s): Rudinei Heinle e Lucas Lôndero/ Portal Peperi
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