27.01.2024 às 18:00h - atualizado em 27.01.2024 às 10:42h - Santa Catarina
O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, em visita a Santa Catarina, concedeu entrevista exclusiva à jornalista e apresentadora do ND Notícias, da NDTV, Márcia Dutra. Ele falou sobre as demandas entregues pela Fiesc (Federação das Indústrias de Santa Catarina), principalmente sobre as rodovias federais, incentivo à produção de energia limpa, reoneração da folha de pagamento, reforma tributária e o primeiro ano de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) à frente da presidência da República.
Elas são necessárias porque logística boa e infraestrutura é desenvolvimento, atrai empresa, gera mais empregos, reduz custos e gera segurança. Hoje, acidente rodoviário é uma causa importante de mortalidade. O presidente Lula priorizou no PAC a parte de infraestrutura. Este ano que passou, o volume aplicado aqui em Santa Catarina foi quatro vezes e meia maior do que o ano anterior.
Nas demandas entregues pela Fiesc aparece também a questão da BR-101 no Norte do Estado, que está intransitável. Nessa época do ano, para o senhor ter uma noção, trechos que normalmente a gente levaria uma hora e meia estão sendo feitos em 4, 5 horas.
Todo estímulo à energia renovável eólica e solar. Aliás, quero até trazer aqui, em primeira mão, que foi lançado o novo Padis (Programa de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico da Indústria de Semicondutores).
Nós teremos aí mais de R$ 1 bilhão este ano para reduzir impostos, para apoiar a indústria de semicondutores, chips, a área de TI. Floripa e o Estado de Santa Catarina estão na vanguarda da área de tecnologia de informação e energia solar fotovoltaica.
Então você vai ter um apoio grande e nós queremos fabricar aqui placas solares, não apenas importar placa solar para fazer os parques solares, mas fabricar também aqui. Esse é um setor que vai ter absoluta prioridade.
Sobre a reoneração da folha de pagamento: ela vai pesar no bolso, principalmente aqui em Santa Catarina, em setores como calçadista e moveleiro. Que contribuição o senhor pode dividir com os empresários desses segmentos para esse momento da reoneração da folha?
São três questões importantes em termos de competitividade para ajudar o setor produtivo. O presidente Lula fez uma proposta que está no Congresso sobre a questão da desoneração da folha, que é gradual. Ele está aberto ao diálogo para se buscar a melhor solução. Qual a preocupação que sempre se tem? É não ter déficit. E na votação do projeto lá no Congresso, era só o setor produtivo. Aí incluíram também municípios. Então o impacto fiscal que era de R$ 9 bilhões virou R$ 18 bilhões, porque incluiu também os municípios e nós precisamos agir com responsabilidade fiscal, porque se a gente atinge a meta de déficit zero isso vai ajudar mais ainda a queda da taxa de juros, e isso ajuda todo mundo.
Então, sobre desoneração da folha, o Congresso está voltando (de férias) na outra semana. O governo está aberto ao diálogo, para gente ter uma boa solução. A outra boa notícia é a reforma tributária, que vai desonerar muito a indústria. Ela vai simplificar e vai desonerar investimento e exportação. Santa Catarina é um Estado fortemente exportador e é onerado com acumulatividade do crédito.
Você vai desonerar, vai dar uma competitividade enorme às empresas, vão exportar muito mais e também desonerar investimento, então atrai investimento para cá. E a terceira é a industrial. Estamos colocando R$ 300 bilhões para a área de inovação e aqui é um Estado onde pesquisa, digitalização está na ponta. Você vai ter recurso com TR (Taxa Referencial) abaixo da inflação para toda a área de pesquisa, desenvolvimento e inovação. Você tem também o Brasil mais produtivo para apoiar micro, pequena e médias indústrias.
Que avaliação o senhor faz do primeiro ano de governo Lula e seu governo? Sua relação com o presidente Lula?
O risco Brasil caiu de 254 para 137; o dólar que estava em R$ 5,40 caiu para R$ 4,90; o PIB, que era para crescer 1%, acho que cresce 3% ou 2,9%. A inflação caiu, especialmente inflação de comida, que é a mais importante. O emprego cresceu, a bolsa subiu e a economia cresceu. Então eu diria que foi um ano positivo. Nós precisamos fazer isso ainda mais forte e de maneira sustentável. Não tem mágica, não tem coelho da cartola. É trabalho, eficiência.
A reforma tributária foi importante, o programa de política industrial vai agir na competitividade, com uma indústria inovadora, investindo na inovação, uma indústria verde, descarbonizada, que estimula a energia renovável. Tem um conjunto de medidas para melhorar a produtividade. Sobre a minha relação com o presidente Lula, quando eu fui governador e ele era presidente, sempre nos demos bem. Até fui com o presidente Lula no primeiro mandato dele pra China. Só foram dois governadores, eu e o Wellington Dias (PT), que na época era governador do Piauí. Sempre nos demos bem. Disputamos eleições. É legítimo você disputar eleições. E estamos trabalhando muito felizes.
Fonte: ND +
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