Rede Peperi

A produtividade da soja safra 2024/2025 no Extremo Oeste ficou abaixo do esperado. A média fechou em 55 sacas por hectare, contra a expectativa inicial de mais de 65 sacas. A informação foi confirmada por Valmir Krestschmer, agente de pesquisa da Epagri/Cepa, em entrevista à Rádio Peperi.

Além da soja principal (safra), a região também cultiva a soja safrinha, mas os dados sobre essa produção ainda não foram consolidados. O resultado abaixo da média foi atribuído principalmente a fatores climáticos adversos durante o ciclo da cultura.

Segundo Krestschmer, a perspectiva para a próxima safra é de redução de até 14% na área plantada com soja, indicando uma mudança de comportamento entre os produtores. “O pessoal está optando pelo milho. Estamos vendo uma pequena troca de área de soja para milho”, explicou.

Apesar da soja apresentar uma rentabilidade maior com o preço girando em torno de R$ 123 a R$ 124 por saca, enquanto o milho tem menor valor agregado, o milho oferece mais versatilidade de uso, pode ser destinado tanto para grãos quanto para silagem, o que amplia o leque de comercialização.

“Mesmo com os custos de produção da soja sendo mais altos, ela ainda tem melhor retorno por saca. Mas o milho responde mais na questão de biomassa e cobertura de solo. Isso é importante pensando no longo prazo e na qualidade da terra”, comentou o pesquisador.

De acordo com o levantamento da Epagri/Cepa, para que a produção de soja seja economicamente viável, o produtor precisa vender a saca entre R$ 112 e R$ 114, considerando uma produtividade de 60 sacas por hectare. O custo alto e a instabilidade climática estão entre os principais fatores que têm influenciado as decisões dos agricultores.

“A escolha entre soja e milho não é simples. Vai depender do perfil do produtor, da estrutura da propriedade e das condições do solo. Quem tem uma área bem preparada, com boa cobertura de inverno, pode optar pela soja. Mas o milho traz vantagens importantes em palhada e retribuição ao solo”, finalizou Krestschmer.