23.08.2025 às 17:24h - atualizado em 23.08.2025 às 17:30h - São Miguel do Oeste
A Polícia Civil de São Miguel do Oeste investiga um argentino suspeito de usar receitas médicas falsas para comprar medicamentos controlados em farmácias da região. O homem, natural de Bernardo de Irigoyen, foi flagrado neste sábado, 23, com 22 caixas de Rivotril e duas novas receitas falsas, que seriam utilizadas para adquirir mais remédios.
O caso começou a se desenrolar na tarde de sexta-feira, 22, quando a Vigilância Sanitária do município recebeu denúncias sobre possíveis irregularidades nas receitas médicas apresentadas por um homem com sotaque argentino. Segundo a delegada Joelma Alberton, a fiscalização desconfiou da veracidade dos documentos após identificar inconsistências, como CPF inexistente e informações incompatíveis com o sistema da saúde.
"Foi praticamente certo que se tratava de documentação falsa. Ele já havia comprado o medicamento e retornaria para buscar mais", explicou a delegada em entrevista à Rádio Peperi.
O alerta se intensificou após outras farmácias da região, como em Guarujá do Sul, registrarem ocorrências semelhantes. A polícia então identificou um padrão orquestrado de ação, com o uso de documentos falsificados para a compra de medicamentos controlados. Imagens de câmeras de segurança e informações repassadas pelas farmácias ajudaram a polícia a monitorar o suspeito.
Na manhã deste sábado, o homem foi localizado a caminho de São Miguel do Oeste, vindo de Guaraciaba. Ao ser abordado, foi encontrado com 22 caixas de Rivotril medicamento de tarja preta usado no tratamento de distúrbios como ansiedade e epilepsia além de duas novas receitas falsas. A polícia também já havia apreendido quatro outras receitas no decorrer da investigação.
Durante a apuração, a polícia entrou em contato com o médico que consta nas receitas, que confirmou não ter emitido os documentos. Também foi identificado que o nome da suposta paciente apresentava divergências em relação a dados cadastrais.
O suspeito permaneceu em silêncio durante o interrogatório, seguindo orientação do advogado, mas informalmente afirmou que teria sido pago para buscar os medicamentos e que não sabia detalhes do esquema.
A Polícia Civil abriu inquérito para investigar os crimes de uso de documento falso e outros delitos conexos. A documentação será periciada, e as testemunhas, incluindo atendentes das farmácias, serão ouvidas. Por ora, o suspeito foi liberado e responderá em liberdade.
A delegada Joelma Alberton fez um alerta aos estabelecimentos comerciais, principalmente farmácias, quanto à importância da verificação rigorosa das receitas médicas. O Rivotril, segundo ela, pode ser utilizado em crimes como o conhecido “Boa Noite Cinderela”, onde substâncias são usadas para dopar vítimas e facilitar ações criminosas.
“Não sabemos qual seria o destino dessas medicações, mas é uma situação grave. A comunicação rápida entre os órgãos foi essencial para evitar que o crime se espalhasse”, afirmou.
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