23.02.2023 às 10:23h - Justiça
Segundo o que foi apurado pela justiça, os irmãos de 32 e 38 anos indiciados pela chacina na Linha Doze de Novembro, interior de Campo Erê/SC, agiram juntos e queriam matar a cunhada, que conseguiu fugir e se esconder.
O inquérito policial indiciou os dois pelos mesmos crimes. Foram quatro homicídios dolosos (quando há a intenção de matar) qualificados, por motivo fútil e uso de recurso que impossibilitou a defesa das vítimas, e seis tentativas de homicídio, incluindo contra uma criança de três anos.
Mãe, pai e filha, além de uma outra mulher foram assassinados a tiros. O Ministério Público de Santa Catarina informou na tarde desta quarta-feira, 22, que analisa o inquérito policial. O órgão vai decidir se denuncia os irmãos à Justiça.
O delegado José Danezi Neto, responsável pela investigação, relatou como aconteceu a chacina, na noite de 21 de janeiro. O crime ocorreu na localidade conhecida como Linha 12 de Novembro.
Tudo começou com o suicídio do irmão dos indiciados, que não aceitava o fim do relacionamento dele com a mulher. Ela era o alvo inicial dos assassinos, conforme o delegado.
Ela encontrou o corpo do companheiro morto e chamou a polícia. Nesse momento, os indiciados ainda não haviam chegado.
"Ela saiu minutos antes do irmão chegar com a faca. Depois, ela foi avisada para fugir das imediações", explicou o delegado.
Ele resumiu o que aconteceu na chacina. "Naquela data, às 18h30, quando chegou a notícia do suicídio, um dos irmãos, o de 38 anos, pegou uma faca e foi até o local. Ele disse que queria matar a cunhada. Terminado o atendimento da polícia do suicídio, o outro irmão de 32 anos, em questão de poucos minutos, foi até o local e concretizou as ameaças".
O homem de 32 anos, o atirador, morava em Saltinho, a cerca de 27 quilômetros de Campo Erê, e o de 38 anos, em Maravilha, a cerca de 55 quilômetros da cidade onde aconteceu a chacina.
A residência do irmão que tirou a própria vida fica a cerca de 200 metros do bar e casa aos fundos onde houve os crimes. Pelos depoimentos, a investigação descobriu que o irmão mais velho ficou no local onde houve o suicídio até a saída da Polícia Militar e, depois, ameaçou a todos.
Segundo o delegado, os irmãos conversaram e um deles estava no local do suicídio, na rua de trás. O autor dos disparos estava na casa da mãe, a seis quilômetros. Já estava armado, com a espingarda e logo em seguida apareceu no local dos crimes e matou as quatro vítimas.
O irmão mais velho foi preso no mesmo dia do crime. Segundo o delegado, ele se recusou a prestar depoimento, mas forneceu o próprio celular à investigação. No aparelho, a polícia descobriu dois telefonemas curtos, de cerca de 30 segundos cada um, entre os dois irmãos por volta das 20h30.
Para executar as vítimas, o atirador usou uma espingarda. A arma era legal, com registro da Polícia Federal. Ela foi entregue à investigação.
Quem eram as vítimas
Emídia dos Santos, de 53 anos, Marinalva dos Santos, de 18 anos, e Carlos Delfino, de 63 anos, que são mãe, filha e pai, foram baleados e morreram. Emídia e Carlos eram separados, mas tiveram quatro filhos juntos.
A quarta vítima fatal é Ana Claudia Schultz, de 35 anos, que era moradora do município de São Bernardino/SC.
De acordo com o delegado, Carlos Delfino era pai da mulher alvo dos irmãos. Emídia era tia dela e Marinalva, meia-irmã. Ana Claudia era madrinha de um dos filhos da mulher alvo dos irmãos com o homem que tirou a própria vida.
Fonte: MPSC e G1
Foto(s): Arquivo Peperi
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