22.11.2023 às 22:39h - atualizado em 22.11.2023 às 22:40h - Justiça

Homem que matou a mulher e o filho é condenado a mais de 60 anos de prisão

Cristian Lösch

Por: Cristian Lösch São Miguel do Oeste - SC

Homem que matou a mulher e o filho é condenado a mais de 60 anos de prisão
Portal Alexandre José/Reprodução ND

O julgamento do homem acusado de matar a mulher e o filho foi realizado nesta quarta-feira, dia 22, no Tribunal do Júri de Blumenau, no Vale do Itajaí. Kelber Henrique Pereira terá que cumprir pena pelas mortes de Jéssica Ballock e seu filho, que tinha apenas três meses de idade na época do crime.

Conforme denúncia apresentada pelo MPSC (Ministério Público de Santa Catarina), Kelber asfixiou a companheira enquanto ela dormia no quarto do casal e, em seguida, a agrediu com diversos golpes de faca na região do pescoço. Ele teria utilizado a mesma faca para matar o filho mais novo.

Ele foi condenado a pena de 62 anos, dois meses e 20 dias de prisão. Pela morte da Jéssica, Kelber foi condenado a 24 anos, 10 meses e 20 dias. Já pela morte da criança, a 35 anos, 6 meses e 20 dias.

O réu também vai cumprir pena por apropriação indébita do veículo que utilizou para fugir logo após cometer o crime, na madrugada do dia 24 de julho de 2022. A pena para o delito é de um ano, nove meses e 10 dias de prisão.

Em entrevista para a NDTV, o advogado de defesa, Rodolfo Warmeling, disse que irá recorrer da sentença devido ao histórico de uso de drogas do acusado.

“O recurso da defesa vau ser proposto nos próximos dias, para a gente redimensionar essa pena que foi aplicada”.

O promotor de Justiça Carlos Alberto da Silva Galdino, que representou o MPSC, disse estar contente com a condenação do réu.

“Estamos satisfeitos demais com a pena, Dr. Eduardo foi bastante justo na condenação, ele merecia uma pena desse tamanho, vista a brutalidade dos dois crimes”.

Julgamento teve divergências entre acusação e defesa

Durante o julgamento, o advogado Honório Nichelatti Jr, representante da família de Jéssica, disse que Kelber é a “personificação do mal”, devido a forma chocante com a qual matou as vítimas.

Um policial responsável pela prisão de Kelber durante sua fuga em São Paulo também testemunhou no julgamento. Ele disse que o acusado fez o trajeto até o Estado em tempo recorde, dirigindo a 150 km/h. Ele havia fugido com o filho mais velho, que na época tinha 1 ano e 10 meses.

Durante a réplica da acusação e tréplica da defesa, houve divergências entre as partes apresentadas.

A defesa de Kelber trouxe a vizinha do apartamento em que o réu e Jéssica moravam para testemunhar no Tribunal do Júri. Ela disse ter escutado socos na parede e uma discussão entre os dois na noite do crime.

Ainda conforme apresentado pela defesa, Jéssica possuía um machucado na mão e resquícios de pele em baixo das unhas, apontando que ela teria tentado se defender do acusado. Contudo, o promotor de justiça refutou a alegação, pois a vítima estaria dormindo quando foi assassinada.

Foi destacado que no primeiro depoimento prestado por Kelber, no dia em que foi preso, ele confessou ter matado Jéssica enquanto ela estava dormindo, o que não condiz com a alegação feita.

A defesa pontuou diversas vezes a semi-imputabilidade do réu, pois o mesmo desenvolveu um distúrbio devido ao uso excessivo de drogas, consumidas desde os seus 16 anos de idade. Ele foi diagnosticado com a condição por meio de exame de sanidade mental.

Família das vítimas diz que a justiça foi feita

Em entrevista para a NDVT, que acompanhou o julgamento do acusado, a família das vítimas disse que a justiça finalmente foi feita.

“Não vai trazer a minha filha de volta e nem meu neto, é muito sofrimento, mas a justiça foi feita”, destacou a mãe de Jéssica.

O filho mais velho de Jéssica e Kelber está aos cuidados dos avós maternos, que disseram lutar pela guarda definitiva do neto, já que o acusado pretende disputar a guarda do filho.

“Agora é seguir a vida, a nossa Jéssica e nosso neto não volta mais, mas ele [neto mais velho] vai ter tudo de melhor que eu possa oferecer para ele”, destacou o pai de Jéssica.

Relembre o caso

Jéssica e o filho de três meses foram encontrados mortos no final da manhã de segunda-feira (25), no apartamento onde moravam, na Rua dos Caçadores, no bairro Velha, em Blumenau.

Após o crime, Kelber deixou Santa Catarina, levando consigo o filho mais velho de Jéssica, que foi encontrado alguns dias depois em Munhoz (MG), com os pais do acusado.

A criança foi entregue aos pais de Kelber, em Minas Gerais, por estranhos, mas acabou sendo novamente enviada à Santa Catarina, ficando sob a guarda dos pais de Jéssica.

A investigação apontou que Kelber teria ido embora para São Paulo, com destino ao município de Bragança Paulista (SP) com o carro da empresa onde trabalhava.

Após a localização de Kelber, a Polícia Civil de Santa Catarina conseguiu fazer com que o acusado voltasse para Santa Catarina, ficando recluso no Presídio Regional de Blumenau.

Fonte: ND+

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