Rede Peperi

A fronteira entre Brasil e Argentina em Dionísio Cerqueira tem sido a primeira opção para o contrabando ou descaminho de vinho. Segundo o delegado da Receita Federal em Dionísio, Mark Tollemache, de janeiro a junho deste ano a fronteira desta região registrou um quarto de vinhos apreendidos pela Receita Federal em todo o Brasil, ou seja, dos quase R$ 34 milhões apreendidos no país, a região é responsável por R$ 8,340 milhões ou 24,6% de bebidas irregulares apreendidas. Isso significa que mais de 85 mil garrafas de vinho passaram pela fronteira em Dionísio de forma ilegal. A previsão para este ano é que esse montante chegue facilmente a R$ 60 milhões, superando os últimos três anos no número de vinhos apreendidos. O delegado atribui esta elevação devido a restrição da fronteira que permanece em vigor até primeiro de outubro e a desvalorização do peso frente à moeda brasileira.

Os principais destinos de vinhos são os estados de São Paulo e Rio de Janeiro, além do litoral de Santa Catarina. Grande parte das bebidas são vendidas pelas mídias sociais ou por sites na internet. Parte das cargas não apreendidas na região são apanhadas no destinatário. O delegado, Mark Tollemache também informou que a rede usada para a venda das bebidas é conhecida como marketing place.

O delegado explicou que muitos consumidores pagam até dois mil reais por cada garrafa e acredita que, por estar em uma site aparentemente confiável, o vinho passou pela aduana e entrou de forma legal no Brasil. Para Tollemache o marketing place é a grande vitrine do crime, sendo que devido a falta de controle por parte das redes sociais e sites como o Google, acabam facilitando a comercialização destas bebidas ilegais.