22.08.2025 às 09:22h - atualizado em 22.08.2025 às 09:27h - Geral
Dias antes da morte da bebê de oito meses em Joaçaba, o Conselho Tutelar de Campos Novos recebeu uma denúncia anônima sobre a família. O relato apontava que a mãe havia se mudado para o município há cerca de três meses com os filhos, vivia em situação de vulnerabilidade social e era negligente nos cuidados de higiene das crianças. As informações foram confirmadas pelo órgão em nota oficial.
Segundo a nota do conselho, uma visita foi realizada à casa da família no dia 19 de agosto, um dia antes da morte da criança, mas ninguém foi encontrado. O órgão disse que foi deixado um comunicado para que a mãe comparecesse à sede do Conselho Tutelar.
Em contato por aplicativo de mensagens, a mulher chegou a informar que iria até o local no dia 20, porém, na noite anterior, deu entrada na UPA de Herval d’Oeste com a bebê, o que impossibilitou a intervenção, de acordo com o órgão.
Além disso, a nota do conselho informou que, até então, o órgão não havia recebido denúncias de maus-tratos ou agressões contra as crianças.
A delegada Fernanda Gehlen, responsável pelo caso, também confirmou que não havia registro de denúncias de maus-tratos contra a vítima.
Relembre o caso
A bebê de oito meses foi levada pela mãe à UPA de Herval d’Oeste na madrugada de 20 de agosto, com febre e dificuldade para respirar. Transferida ao Hospital Universitário Santa Terezinha, em Joaçaba, exames apontaram múltiplas fraturas em diferentes estágios de cicatrização e uma lesão pulmonar. A criança não resistiu e morreu na noite do mesmo dia.
Segundo as informações da Polícia Militar, que inicialmente atendeu o caso, ainda durante o atendimento, a mãe, de 21 anos, apresentou contradições em seus relatos e tentou ocultar a existência do companheiro, padrasto da criança, que também pode ter envolvimento no caso.
O irmão da bebê, uma criança de três anos, também apresentou sinais suspeitos de agressão e foi encaminhado para exame pericial, segundo o que informou a Polícia Civil.
Relatos divergentes
A mãe e o padrasto foram ouvidos pela Polícia Civil e deram relatos divergentes, atribuindo um ao outro a responsabilidade pelos cuidados dos filhos.
De acordo com a delegada Fernanda Gehlen, o padrasto foi interrogado na manhã de quinta-feira (22), enquanto a mãe já havia prestado depoimento no plantão no dia da internação, mas foi novamente ouvida para complementar informações.
— Os dois apresentaram versões diversas e conflitantes, cada um atribuindo ao outro o cuidado com os filhos. Nenhum deles relatou ter presenciado agressões — explicou a delegada.
As investigações agora buscam esclarecer as contradições e confirmar as responsabilidades. Um laudo cadavérico deve indicar a causa da morte da bebê de oito meses.
Nota oficial do Conselho Tutelar de Campos Novos
O Conselho Tutelar de Campos Novos, órgão permanente e autônomo, não jurisdicional, encarregado pela sociedade de zelar pelo cumprimento dos direitos da criança e do adolescente, vem através deste prestar esclarecimentos sobre o fato de agressão envolvendo uma criança de apenas 08 meses de idade.
Este conselho tutelar recebeu denúncia anônima, onde o denunciante relatou que a genitora se mudou para o nosso município com os filhos há cerca de três meses; que a família vivia em situação de vulnerabilidade social; que a genitora era negligente com os cuidados em relação à higiene dos filhos.
Na data de 19/08 realizamos visita na residência da família, não havia ninguém no local, deixamos comunicado para que a genitora entrasse em contato com este conselho tutelar. Em conversa com a mãe através de aplicativo de mensagens, informou que viria até o conselho na data de 20/08.
Ocorre que, na noite do dia 19/08, a genitora deu entrada na UPA de Herval D’oeste, não sendo possível realizar a intervenção com a família. Por fim, vale mencionar que este órgão de proteção até o momento não havia recebido denúncias de maus tratos/agressões envolvendo os infantes.
Fonte: NSC Total
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