20.03.2021 às 19:50h - atualizado em 20.03.2021 às 22:51h - Agricultura
A escola sediada na cidade de Iporã do Oeste, próximo ao CTG Herança Pampiana, completou 26 anos de formação de jovens agricultores nesta quinta-feira, 18. Os estudos para implantação do ensino profissionalizante, voltado à agricultura, iniciaram em 1991, no entanto a concretização da escola ocorreu apenas quatro anos depois.
No início, em 1995, os trabalhos aconteceram na Linha Esperança, interior do município, por isso o nome da escola. Apenas estudantes do Ensino Fundamental eram contemplados pela escola agrícola. O educandário ainda migrou para vários espaços no município até se consolidar onde fica a atual sede, entre 2005 e 2006.
Por
meio de recursos do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA), a
escola construiu a sede própria, em estilo germânico, para lembrar
características de parte da população de Iporã do Oeste,
descendente de alemães. Hoje o educandário contempla estudantes de
vários municípios, e além da formação do aluno, é referência
regional pelo sucesso na metodologia de ensino e o trabalho
realizado. A diretora Itamara Bagatini destaca que a escola começou com poucos alunos e cresceu a ponto de atender 100 estudantes, que é o limite atual. No momento há 96 alunos
matriculados.
METODOLOGIA DE ENSINO
A metodologia de ensino da Casa Familiar Esperança consiste na pedagogia de alternância, ou seja, o aluno vai uma semana na escola e na seguinte aplica os conhecimentos na propriedade da família dele. O curso é de três anos de ensino profissionalizante de técnico em agricultura, concomitante com o Ensino Médio. O quadro de profissionais da escola é formado, além da diretora, pela assessora pedagógica, Juliane Kirch, o professor orientador de curso, Hélio Kuhn, e outros nove professores, além de duas merendeiras. Há duas salas de aula à disposição, o que segundo a diretora é suficiente para a quantidade de alunos. A escola recebe uma turma diferente em cada uma das quatro semanas do mês.
Itamara enfatiza que o aluno
sai do Ensino Médio com uma profissão, pois no ensino técnico tem
todas as práticas relacionadas às atividades de uma propriedade
agrícola. Existem ainda projetos que são desenvolvidos
principalmente na escola, como o “Semear”, que foca no cultivo de
plantas frutíferas e nativas. A escola conta com viveiros de
paisagismo, horta de compostagem, o “Agrostológico”, que é um
campo experimental, e o projeto de revitalização do pátio. O
educandário também abrange a casa 5S, que vem do sistema japonês,
definido pelo senso de organização, utilização, limpeza, saúde e
autodisciplina.
Outro
projeto é de um periódico trimestral que será produzido, além de
projeto de leitura e um portfólio de participação do aluno na Casa
Familiar. A escola fará ainda um projeto para que os estágios neste ano sejam em forma de pesquisa estatistica, sempre, na área agrícola.. A Casa
Familiar Rural Esperança tem convênios com os municípios de Iporã
do Oeste, Mondaí, São João do Oeste, Itapiranga, Tunápolis, Descanso e Santa
Helena, de onde vêm os alunos. Outra parceria é com o estado, que
paga os professores. Os pais também colaboram, como no caso das
rifas para aliviar custos.
MAIS DE 70% DOS ALUNOS PERMANECEM NA AGRICULTURA FAMILIAR
Conforme a diretora, a partir de estudos feitos na região, constatou-se que apenas 30% das propriedades têm sucessão familiar. Em breve, muitas propriedades não terão mais alguém para administrar, pois faltam jovens. No caso dos alunos que frequentam a Casa Familiar Rural de Iporã do Oeste, a realidade é oposta. Itamara lembra que em 2017 houve pesquisa na escola, a qual aponta que 72% dos estudantes que se formam na Casa Familiar permanecem na propriedade dos pais. Outros vão para alguma área técnica do próprio curso.
Na avaliação de Itamara, estes números mostram que a escola cumpre seu objetivo, já que a agricultura é a base econômica do município e da região.
Foto(s): Laércio Antônio/Rádio Oeste FM
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