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O empresário de Blumenau apontado por clientes e pelo próprio sócio como suspeito de ter provocado um desfalque milionário em operações na bolsa de valores diz estar sendo ameaçado. Procurado pela coluna Evandro de Assis da NSC desde quinta-feira, 18, quando o caso foi revelado com exclusividade, Ingomar Mueller respondeu mensagens de WhatsApp, mas não esclareceu o episódio. Ele informou que dará declarações à polícia.

Mueller é sócio da Multiplus Assessoria Ltda, uma empresa do tipo Sociedade em Conta de Participação que aplicava dinheiro de clientes no mercado financeiro e cobrava taxas sobre os resultados obtidos. Clientes e o sócio dele, Bruno Lippel, afirmam que os relatórios mensais emitidos aos investidores ocultavam perdas vultuosas. Um relatório ao qual a coluna teve acesso mostra gráficos com desempenho superior ao Ibovespa.

Na versão de Lippel, a conta da Multiplus deveria ter R$ 71,6 milhões para cobrir os depósitos dos clientes informados nos relatórios. Porém, só R$ 4 milhões estariam disponíveis. Ele alega que só Mueller tinha as senhas das contas e era o responsável pela produção dos comunicados periódicos aos 270 investidores.

Depois de sucessivas tentativas de contato, Mueller respondeu dizendo estar "sem chão" e sofrendo ameaças:

"Estou sendo ameaçado de morte, eu e a família toda. Darei declarações na polícia, ok? Agradeço, sei que estás fazendo teu trabalho, mas tem várias ameaças".

O advogado Pedro Cascaes Neto, que representa clientes da Multiplus, pediu à Justiça a indisponibilidade de bens dos sócios da empresa. A Polícia Civil de Blumenau está investigando as denúncias.