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Em Muçum e Roca Sales, as intensas chuvas da semana trouxeram de volta um velho temor. Por mais que o nível dos rios se mantivesse abaixo da conta de inundação, moradores não desgrudavam os olhos da água, atentos a qualquer sinal de elevação durante toda a quinta-feira. O medo é herança das enchentes de setembro de 2023 e maio deste 2024, que devastaram as duas cidades, assim como as demais do Vale do Taquari.

O movimento de pessoas nos acessos às margens do rio, em Muçum, foi constante desde as primeiras horas da manhã. “Para quem já pegou três enchentes em dois anos, sempre fica o medo. O pessoal já estava nervoso desde semana passada, por causa da chuva na Serra. Dessa vez não se confirmou a enchente, mas o receio fica”, contou o morador José Carlos dos Santos.

Ele, que vive na cidade há 54 anos, relata que se cresceu vendo o nível do Rio Taquari chegar ao patamar atual em dias seguidos de chuvas. “A água como está hoje é normal. O problema é que, depois do que aconteceu, todo mundo fica assustado”, desabafou.

Apesar da tensão no ar, o município não registrou transtornos relacionados ao nível do rio. Segundo o prefeito Matheus Trojan, equipes da Defesa Civil e da Secretaria de Obras percorreram a zona urbana e o interior em monitoramento constante, mas não houve agravantes. Pequenas quedas de barreiras foram registradas, mas sem impactos maiores.

Em Roca Sales, a cena se repetiu. Em diversos pontos da cidade, moradores paravam para observar o curso do Rio Taquari. Na cidade, a Prefeitura já instalou uma sirene de alerta para emergências, como medida de prevenção.

O município não precisou remover famílias desta vez, mas houve registros de transbordamento de córregos e deslizamentos de terra em ligações com o interior, o que dificultou o trânsito em algumas estradas vicinais.