Rede Peperi

Pelo quinto ano consecutivo, São Miguel do Oeste não terá festa de Carnaval. Nos anos 80 e 90, a festa acontecia no Clube Comercial. Depois disso, o Carnaval se concentrou nos QGs dos blocos e a partir dos anos 2000 a festa migrou para a rua. O município promoveu algumas edições do Carnaval na rua com a participação de blocos e da população. O último evento foi em 2015.

O Boa Tarde Peperi desta terça-feira, 18, perguntou se o carnaval de fato faz falta ou se a festa não está incorporada à cultura regional. O programa também abordou o futuro do Carnaval na cidade e se o evento na rua Duque de Caxias poderia voltar a ser realizado.

A enquete do programa Boa Tarde Peperi sobre o Carnaval de rua mostrou que a maioria dos entrevistados respondeu que a festa não faz falta. Quem concorda com a volta da festa disse que o Carnaval de rua poderia voltar, mas sem recursos públicos. Daniel Lischaki, de 25 anos, disse que o Carnaval é importante para as pessoas se divertirem, mas antes disso é preciso investir em outros setores como Saúde e Educação. Simone Pereira Dos Santos, de 42 anos, afirmou que o Carnaval no Clube Comercial com os blocos faz falta. Leonardo Poletti, de 20 anos, defende a volta da festa na rua, mas sem recursos públicos. João Fagundes, de 58 anos, disse que o Carnaval não tem necessidade e o dinheiro que seria gasto no evento deve ser canalizado para a Saúde.

Além da enquete com moradores nas ruas, a Peperi também levou o tema do carnaval na cidade para as redes sociais. Desde ontem, internautas participaram de uma enquete no Instagram. A pergunta é: “Você acha que o carnaval faz falta em São Miguel do Oeste?”. Mais de mil e 200 pessoas participaram da interativa. 76% responderam que não faz falta e os outros 24% entendem que o evento faz falta na cidade. O Facebook do portal da Peperi também fez o mesmo questionamento. A postagem teve mais de 10 mil visualizações e mais de 150 comentários, a maioria contra a volta da festa de carnaval no município.

O carnaval vem perdendo força e apoio popular, não apenas na cidade, mas em todo o país. A posição é do ex-presidente da extinta escola de samba Cia da Alegria, Ricardo Demarco. Ele afirmou que a população quer que o dinheiro público seja aplicado em outros setores e não nas festas. Ricardo não acredita na volta do Carnaval de rua à cidade. O ex-presidente do bloco Os perdidão, Leonardo Brandt, também vê com dificuldade o regresso do carnaval. Ele comentou que esse é um evento que depende muito mais do envolvimento das pessoas na organização dos blocos e escolas de samba do que propriamente da aplicação de recursos públicos. Leonardo citou que as pessoas até querem a volta do carnaval, mas poucas se dispõem a organizar o evento.

A volta do carnaval de rua a São Miguel do Oeste é uma possibilidade remota. A declaração foi feita pelo Secretário de Cultura, Carlos Chaves. Ele disse que o evento, do ponto de vista cultural, faz falta e que ele tem uma posição pessoal a favor da festa. No entanto, Chaves ressaltou que a maioria das pessoas não sente falta da festa e cobra investimentos públicos em outros setores. Ele disse que o carnaval não deve voltar ao calendário de eventos do município.