17.10.2022 às 17:17h - Clima

Região está passando por momento de transição do La Ninã para o El Ninõ

João Bresolin

Por: João Bresolin São Miguel do Oeste - SC

Região está passando por momento de transição do La Ninã para o El Ninõ
Defesa Civil/Divulgação

A edição da última sexta-feira, 14, do Peperi Entrevista contou com a participação do extensionista rural da Epagri de São Miguel do Oeste, Célio Mikulski. Na última semana durante sua participação diária nas emissoras afiliadas à Rede Peperi de Comunicação, o engenheiro agrônomo da Climaterra de São Joaquim, Ronaldo Coutinho alertou que as fortes chuvas e temperaturas baixas para a época do ano podem afetar diversas plantações do estado de Santa Catarina e consequentemente, da região Extremo-Oeste.

Nesse sentido, Célio Mikulski lembrou que esse é o terceiro ano consecutivo que a região está sob os efeitos do fenômeno La Ninã, que é marcado por chuvas abaixo da média para a região Sul do Brasil. Ele declarou, porém, que a situação vivida neste momento é diferente da presenciada nos últimos anos e neste momento a região Extremo-Oeste vive um período de chuvas constantes e intensas.

Conforme ele, isso ocorre visto o período de transição do La Ninã para o El Ninõ, visto que ambos são diferentes e enquanto o La Ninã é marcado pela falta de chuva, o El Ninõ é marcado pelas chuvas dentro da normalidade ou acima da média para a época do ano. Segundo ele, essa alteração é a responsável pela “bagunça” no tempo vivida nos últimos dias no Extremo-Oeste do estado.

Célio Mikulski lembrou que o mês de outubro geralmente é marcado pelas chuvas em abundância nos municípios da região, sendo que em anos normais são registrados volumes entre 300 e 400 milímetros ao longo deste mês. Já neste ano, a surpresa é a quantidade acima do esperado para os primeiros dias de outubro.

Ele admitiu que esse grande volume de água e as baixas temperaturas para a época do ano, podem sim, acarretar prejuízos nas culturas de inverno e até mesmo nas plantações de verão que estão no solo. Entre as mais afetadas, ele citou a plantação de aveia que caiu sobre o solo, resultando em uma perda da qualidade, além de dificuldade na colheita dos grãos.

Outra cultura que também deve sofrer com esse período de transição é a do milho que devido às chuvas intensas e temperaturas baixas os grãos não se desenvolveram da forma esperada, sendo que em épocas normais, a plantação deveria estar em um estágio avançado em todos os aspectos.

Ele reforçou que o frio de setembro e de outubro aliado à falta de luminosidade adequada, pode trazer prejuízos futuros e inclusive já existem relatos de agricultores que tiveram perdas no solo e também no plantio, principalmente em áreas de morros e também nas baixadas.

Célio garantiu que a Epagri regional está atenta aos relatos dos produtores e já está realizando o levantamento oficial das lavouras e possíveis prejuízos ao setor da Agricultura.

Questionado sobre possíveis ações visando amenizar o excesso ou falta de chuva, ele detalhou que a Epagri recomenda uma agricultura mais sustentável e também mais regenerativa na região.

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