17.09.2025 às 07:13h - atualizado em 17.09.2025 às 07:22h - Geral

Número de consumidores atingidos por desvio de doações na fatura da Celesc chega a 14 mil

Ricardo Orso

Por: Ricardo Orso São Miguel do Oeste - SC

Número de consumidores atingidos por desvio de doações na fatura da Celesc chega a 14 mil
Foto: Divulgação, NSC Total

A investigação que apura o desvio milionário de doações feitas por meio da fatura da Celesc descobriu que o número de clientes atingidos é maior do que o imaginado. Cerca de 14.600 unidades consumidoras foram fraudadas em seis cidades de Santa Catarina. O prejuízo já é calculado em, pelo menos, R$ 10 milhões. Em dois anos e meio, o valor enviado a instituições como hospitais e clínicas não chega nem à metade do total desviado pelo grupo investigado na Operação Falso Samaritano, deflagrada em 5 de setembro. Os novos dados, com atualização sobre o esquema, foram divulgados nesta terça-feira (16) pela NSC TV.

— Um percentual mínimo desses valores estavam sendo encaminhados às entidades, até para não levantar uma desconfiança de que essas doações não estavam acontecendo, porém em valores muito menores e fora dos contratos estabelecidos. Portanto, pelo menos 14.600 vítimas, unidades consumidoras de diversas diversas cidades do Estado, caíram nesse esquema criminoso e doaram para uma instituição filantrópica, mas na verdade o recurso foi para essa estrutura criminosa — explica o delegado regional de Joinville, Rafaello Ross.

Novidades na investigação da fraude

De acordo com Ross, o esquema criminoso era comandado diretamente de Joinville, cidade do Norte catarinense. Com a evolução da investigação, a Polícia Civil conseguiu identificar que a Slaviero Benefits, empresa “especializada” em arrecadar doações, foi contratada por, pelo menos, 15 entidades do Estado.

O aprimoramento da fraude levou o grupo a expandir sua atuação e conseguir fraudar doações de instituições de Blumenau, Brusque, Indaial, Chapecó e Xanxerê. A terceirizada era contratada para gerenciar o sistema de donativos que utilizava a fatura de energia elétrica da Celesc.

A investigação constatou que a empresa terceirizada não manteve todos os arquivos dos aceites das ligações telefônicas dos doadores. Ou seja, não há a comprovação de que todas as pessoas realmente aceitaram doar por meio de descontos na fatura de energia elétrica.

— O próximo passo [da investigação] vai ser individualizar quais unidades consumidoras realmente não deram o aceite. Então, isso vai configurar o que a gente já percebeu na prática: descontos indevidos de pessoas que não autorizaram, incluídos na fatura de energia da Celesc — revela o delegado.

Apreensões e prisões

Três homens foram presos no dia em que a Operação Falso Samaritano foi deflagrada por liderarem o esquema que atingiu 14.600 unidades consumidoras no Estado. Ele permaneceram detidos por cinco dias e foram liberados.

Durante a ação, a Polícia Civil encontrou produtos de luxo usados para lavar o dinheiro. Segundo o delegado regional, o grupo utilizava diversas frentes para disfarçar a origem dos bens e dar uma imagem de licitude ao patrimônio.

— Uma das formas que nós identificamos foi uma coleção de whiskys importados, estimado em torno de R$ 40 mil, que foi apreendido pela Polícia Civil, encaminhado à Polícia Científica para análise e perícia. Possivelmente foram utilizados como um modo de garantir o valor da lavagem de dinheiro e preservar aquele patrimônio inicialmente desviado dessas entidades — relata Ross.

Conforme o delegado, a Polícia Civil vai continuar as investigações para, efetivamente, desbaratar o esquema criminoso, identificar todas as entidades filantrópicas que não receberam os valores e, sobretudo, para onde foram as quantias desviadas.

— Nós não descartamos a hipótese envolvendo outras pessoas. Até porque o que temos em relação a esses três investigados são elementos robustos, concretos e aptos a indiciá-los no inquérito policial. Entretanto, já estamos trazendo novas informações com as diligências de campo e estamos percebendo que, possivelmente, há outras pessoas que aderiram a esse esquema criminoso para efetivar o desvio dessas instituições — revela.

Fonte: NSC Total

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