17.08.2020 às 07:25h - Saúde
O setor de Diálise em Santa Catarina está prestes a entrar em colapso caso as clínicas que prestam esse serviço não recebam os valores condizentes ao custo operacional. Segundo a Sociedade Catarinense de Nefrologia, atualmente mais de 3.500 pessoas realizam o procedimento de diálise em 31 clínicas espalhadas pelo estado catarinense. Dessas, 80% recebem o pagamento através do Sistema Único de Saúde, porém o valor está desatualizado, afetando drasticamente os atendimentos prestados aos pacientes.
De acordo com o médico responsável técnico da Clínica Renal de São Miguel do Oeste, Gelson Antonio dos Santos, assim como todas as clínicas do estado catarinense, a Clínica Renal do município também está enfrentando sérios problemas com essa questão. Conforme ele, o Ministério Público e o Conselho Regional de Medicina já foram notificados dessa situação.
Gelson Antonio dos Santos disse que o tratamento de diálise é de alto custo e atualmente é financiado pelo Ministério da Saúde via Secretaria Estadual de Saúde. Ele afirmou que se a situação não for resolvida as clínicas renais do Estado de Santa Catarina terão que tomar medidas para que não haja um colapso nos atendimentos. Segundo ele, as clínicas estão no limite e a paralisação no atendimento de novos pacientes não está descartada caso a situação não seja resolvida.
O profissional comentou ainda que a pandemia causada pelo novo coronavírus piorou a situação financeira das clínicas renais de Santa Catarina. Ele lembrou que cerca de 70% do material usado nas diálises é importado, sendo que o estoque está quase no fim e o preço praticado atualmente está bastante alto.
Ele revelou que o valor repassado para as unidades está desatualizado há mais de uma década. Ele disse que a situação está insustentável. O médico ressaltou que a clínica de São Miguel do Oeste atende 122 pacientes de 28 municípios da região Extremo Oeste de Santa Catarina.
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