15.12.2022 às 10:54h - Agricultura
As propriedades localizadas na região Extremo-Oeste catarinense estão registrando desde o ano passado uma queda significativa na produção de milho, em especial aquele destinado para a silagem.
Conforme o extensionista da Epagri, Jonas Ramon, na grande maioria dos casos, a silagem que está nas valas possui uma qualidade inferior com menor quantidade de grãos, representando dessa forma uma baixa energia e pouca nutrição para fazer a dieta do gado leiteiro. A estação da primavera também está diferente e acabou ofertando menos pastagem, ocasionando dessa forma, a diminuição de forma geral na região.
Ele comentou que a safra de grãos está em um momento crucial para seu desenvolvimento, pois a fase atual é de floração e enchimento de grãos da cultura do milho. Ele explicou que neste momento, a planta precisa em média de sete milímetros de chuva por dia para ter a chamada “safra cheia”, o que não tem ocorrido na região justamente na época de definição da safra.
Jonas lembrou que além da chuva, o frio fora de época também pode deixar as plantas menores podendo diminuir a previsão de colheita em determinados casos. Ele pontuou ainda que a chuva é fundamental e sem ela, o milho pode registrar falta de grãos na espiga.
Ele afirmou que as situações registradas nas produções são responsáveis pela desistência da atividade no interior, porém, por outro lado, também servem como estímulo para que as famílias realizem investimentos pesados nas propriedades. De acordo com ele, o mercado atual exige que os trabalhos nas propriedades sejam feitos da melhor maneira possível, obrigando de certa forma que os produtores inovem cada vez mais e trabalhem de forma inteligente, aliando dessa forma, a parte administrativa. Na prática isso quer dizer que o custo de produção precisa baixar e a margem de lucro aumentar em cada propriedade.
Jonas Ramon lembrou que a produção leiteira no Extremo-Oeste também vem sendo acompanhada pela regional da Epagri de São Miguel do Oeste, principalmente naquelas propriedades com alimentação a base de pastagens permanentes. Ele citou que a questão da queda no preço pago ao produtor também está sendo verificada e dessa forma, a orientação para as famílias é que trabalhem com piquetes e implantem novas pastagens em cada propriedade.
O extensionista ressaltou ainda que esses entraves são responsáveis pela migração de atividades, como exemplo, a troca da atividade leiteira pela bovinocultura de corte. O profissional orientou que as famílias que estão fazendo isso precisam conhecer bem esse ramo e se capacitar, para não sofrerem prejuízos significativos.
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