15.10.2025 às 15:00h - Justiça
O ministro André Mendonça, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou o bloqueio de R$ 389 milhões ligados ao Sindicato Nacional dos Aposentados e Pensionistas da Força Sindical (Sindnapi). O valor corresponde a tudo o que o sindicato recebeu via descontos em aposentadorias e pensões do INSS entre 2021 e janeiro de 2025.
A decisão é parte da Operação Sem Desconto, da Polícia Federal, que apura um esquema de fraudes contra aposentados. A investigação aponta a existência de um grupo criminoso que teria feito descontos indevidos nos benefícios para depois lavar o dinheiro obtido.
Além do Sindnapi, foram atingidos o patrimônio pessoal do atual presidente da entidade, Milton Baptista de Souza Filho, conhecido como Milton Cavalo, e o espólio do ex-presidente João Batista Inocentini, morto em 2023. Outros três dirigentes também estão na lista.
A PF já havia apreendido joias, dinheiro vivo, carros de luxo — incluindo uma Ferrari, Porsches e até um carro de Fórmula 1 — em operações na semana passada. Ao todo, foram cumpridos 66 mandados de busca e apreensão em sete estados.
Mendonça também autorizou a quebra de sigilo bancário e fiscal do sindicato e dos investigados. A Procuradoria-Geral da República (PGR) apontou movimentações financeiras suspeitas, como o repasse de R$ 1,1 milhão a uma construtora que, por sua vez, teria enviado parte do dinheiro para outra empresa sem funcionários registrados.
Em nota, o Sindnapi repudiou as acusações e negou a prática de qualquer irregularidade.
No meio político, a base governista reagiu a tentativas da oposição de ligar o caso ao presidente Lula, já que seu irmão mais velho, Frei Chico, é vice-presidente do sindicato. Ele, no entanto, não é investigado nem foi alvo de qualquer medida judicial.
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