15.10.2020 às 14:40h - Educação
O professor aposentado, Ermindo Vergutz, atuou por 40 anos nas áreas de ciências e matemática, e iniciou a carreira em 1969.
Entre retornar para o seminário ou se tornar professor, Ermindo optou em lecionar, por incentivo de um ex-professor seu do primário. Ele recorda que naquela época o professor com maior formação era de segundo grau, mas não havia nenhum professor com habilitação e formação superior.
Ermindo conta que o estado, ao perceber que 90% dos professores do ensino fundamental tinham no máximo a formação de 5ª à 8ª série, convidou os interessados em participar de um curso que formava os professores no chamado ginásio, com duração de cinco meses. Com a formação no segundo grau, surgiu o interesse pela formação superior.
Ermindo cursou a faculdade em Passo Fundo, com aulas somente no período de férias, no início e metade do ano.
Há 40 anos, quando iniciou a carreira, Ermindo Vergutz destaca que a função do professor era alfabetizar os alunos, na escrita, leitura e cálculos. Com o tempo, o professor comenta que se percebeu que a função deveria ir muito além disso, com a participação na formação dos alunos como cidadãos.
No início da carreira Ermindo atuou nas escolinhas do interior, no sistema de turmas multisseriadas, em que havia alunos do primeiro ao quarto ano na mesma sala. Ele lembra que o atual momento, de aulas à distância sem o contato presencial com os alunos, se assemelha a dificuldades que os professores tiveram há muitos anos atrás para a educação dos jovens.
Ermindo afirma que os professores estão fazendo um bom trabalho, o que percebe acompanhando seus netos na execução das tarefas. Ele avalia que uma das principais contribuições desse novo sistema é o conhecimento dos alunos no uso das tecnologias.
A profissão escolhida por Ermindo, há mais de quatro décadas, foi à mesma de sua esposa e seus três filhos. Entre eles, o professor Paulo Vergutz, hoje diretor da escola Ludgero Wiggers de Conceição, interior de Itapiranga. Ele conta que sua formação no magistério iniciou em 1999, na primeira turma de educação física de São Miguel do Oeste. Trabalhou durante quatro anos nas escolas de Iporã do Oeste como professor ACT, e em 2003 se efetivou na rede estadual, em uma escola de Anchieta, onde atuou por três anos, e após conseguiu remoção para a escola de Ervalzinho, São João do Oeste, de 2006 a 2011. Em 2012 assumiu a direção desta escola, pelo período de oito anos. Este ano Paulo assumiu a direção da escola de Conceição.
O professor ressalta que neste período de pandemia, as dificuldades não são apenas como profissional e diretor, mas também como pai na educação do filho que no momento permanece em casa.
Para o professor, a escola deixou de ser apenas um lugar para buscar conhecimento, mas também para contribuir na formação do aluno como ser humano. Paulo Vergutz considera que a maior retribuição para um professor é quando o aluno valoriza e reconhece a importância que o profissional teve em sua vida.
Ele acredita que ser professor é uma escolha que se faz para a vida. O professor enfatiza que atualmente o conhecimento está presente em vários lugares, e a escola é um destes locais, e contribui muito para o crescimento pessoal.
Ele avalia que o maior desafio é tornar a escola mais interessante para o aluno do que o computador, os joguinhos e a internet, que não tem a mesma contribuição na formação em comparação ao ambiente escolar.
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