15.04.2022 às 12:18h - Economia
Em forte queda desde a metade de março, o dólar chegou a atingir R$ 4,60 e retomou os patamares de antes da pandemia. A valorização do real frente a moeda norte-americana, segundo economistas, pode refletir na queda no preço dos combustíveis, mas isso não tem sido observado ainda. Entenda porque a gasolina aumentou em Santa Catarina e no Brasil na última semana, mesmo com a baixa na taxa de câmbio.
O último levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP) mostrou que o valor mínimo da gasolina comum em Santa Catarina passou de R$ 6,56, na semana passada, para R$ 6,64, na mesma semana em que o dólar teve mais uma queda.
O economista da Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (Fiesc), Pablo Bittencourt, explica que primeiro é necessário entender que o preço da gasolina representa apenas 40% do total, outros 60% são etanol, impostos e a taxa de revenda.
Segundo o economista, a queda do dólar deveria baixar o preço da gasolina, mas isso não ocorreu por dois motivos.
Primeiro, porque os preços de petróleo e câmbio variam a todo minuto, e a Petrobras fixa momentos de repasse — ou seja, não repassa imediatamente essas variações.
Segundo, porque o preço do barril de petróleo continua alto no mercado internacional — acima de 100 dólares.
— O preço do petróleo explodiu com a guerra [entre Rússia e Ucrânia], e a taxa de câmbio também estava muito alta. Nesse período, a Petrobras não repassou totalmente essas variações para o preço final, então houve uma defasagem. Hoje, mesmo com a queda do câmbio, o preço do petróleo ainda é muito alto. Então, a baixa do dólar apenas reequilibra. Eu diria que hoje a Petrobras está com o preço em linha com o que ela pratica — explica, acrescentando:
— De fato com o real se valorizando, o preço da gasolina vendida pela Petrobras no posto deveria cair, mas isso não acontece [...] Para haver uma queda de preços na bomba, vamos precisar de uma queda de preços internacionais do petróleo. Se chegar a algo próximo de 90 dólares, deve ter um impacto de cerca de 5% no preço da gasolina.
Fonte: NSC Total
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