15.01.2020 às 10:23h - atualizado em 15.01.2020 às 10:49h - Curiosidades
Juntos há 56 anos, um casal de Caxias do Sul, na Serra do Rio Grande do Sul, morreu com três horas de diferença na terça-feira, 14.
Pouco depois do meio-dia, Roberto João Frizzo, de 80 anos, recebeu a notícia de que sua companheira de vida, Maria de Lourdes Frizzo, havia morrido. Cerca de 40 minutos depois, ele também faleceu. "Só ouviu, não falou nada. Fechou os olhos e foi se apagando", disse a filha mais velha do casal, Simone Frizzo Salvado.
Ela morreu às 9h14, e ele partiu às 12h40. O casal deixa três filhas e quatro netos como símbolo da união. Os dois foram velados juntos, e durante a cerimônia tocaram músicas que Roberto gravou para Maria de Lourdes. O casal foi cremado.
“Eles irão juntos até o fim. Depois vamos combinar de jogar as cinzas dos dois em um lugar bem lindo, provavelmente no mar."
Maria de Lourdes estava com 78 anos e há quase 20 convivia com a doença de Alzheimer. Roberto seguiu ao lado da esposa e por 15 anos cuidou dela, em casa.
Há alguns anos, atendendo um pedido das filhas, o marido aceitou deixar os cuidados da esposa com profissionais e ela foi internada em uma clínica.
Mesmo lutando contra um câncer de próstata com metástases pelo corpo, Roberto seguiu ao lado da mulher e a visitava toda semana.
“Ele queria que ela fosse antes, porque se sentia responsável por ela. Mas queria ir um minuto depois”, conta a filha mais velha do casal, Simone Frizzo Salvador.
A história do casal enfrentou dificuldades logo no início. Quando se conheceram, Maria de Lourdes estava noiva de outra pessoa. Com ajuda do romantismo das serenatas, ele conquistou a amada.
“Conheceu [ela] em uma festa e se apaixonou. Ele fez uma aposta [com os amigos] de que iria conquistar ela e conseguiu fazer ela desmanchar o noivado. Ela morava com uma tia e [ele] fazia serenatas na frente do quartel”, conta.
Juntos, a música continuou fazendo parte da vida dos dois. Usando as canções para demonstrar seu amor, Roberto gravou três discos e um clipe para esposa.
“Nos reuníamos para cantar. Ele cantava “quiero cantarte mujer” e ela gostava. É uma história linda de amor. Muito triste o final, mas lindo".
Com uma história de dedicação ao próximo, o casal trabalhava na Cruz Vermelha e participava de atividades na paróquia que eram membros. O velório dos dois foi embalado pelas músicas gravadas por Roberto.
Fonte: G1
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