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Selvino Schneiders, de 79 anos, morador de Iporã do Oeste, trabalhava numa madeireira nos anos 1980, quando foi convidado pela prefeitura de Mondaí, que na época também abrangia Iporã do Oeste. Naquela época os servidores trabalhavam em todos os setores da prefeitura. As tardes de sexta-feira eram reservadas para a recolha do lixo e Schneiders conduzia o caminhão caçamba que transportava o material descartado, mas também descia para ajudar a recolher.

Recorda que na época não havia reciclagem, então vinha tudo misturado. Não se usava luvas, nem botina. Às vezes as caixas de papelão estouravam nos fundos, gerando transtorno na recolha. Além disso, relata que era comum encontrar até animais mortos junto com o lixo, e de tudo que se poderia imaginar.

Durante a recolha era comum um funcionário ficar em cima do caminhão para organizar o lixo e outro na rua, que então jogava os sacos. Na época ainda não havia a mesma conscientização quanto à preservação do meio ambiente, portanto o destino do lixo era uma mata nativa na comunidade de Taquaruçu, posteriormente em São Vendelino, e ainda mais tarde próximo ao riacho Jundiá, o que acabou sendo proibido, pois poderia prejudicar as fontes.

O idoso recorda que na época não se produzia tanto lixo quando hoje, mas ainda assim era necessário caprichar para caber tudo numa carga. Como a coleta era apenas na sexta-feira, Selvino Schneiders dedicava-se ao setor de Obras nos demais. Havia motoristas de patrolas, tratores e o pessoal de serviços gerais, e cada um ajudava onde faltavam servidores.

A realidade era totalmente diferente da atual, quando se faz concurso público para trabalhar em apenas um setor. Schneiders parabeniza a equipe da Serni, que faz a coleta seletiva na região, principalmente às mulheres da empresa, pois segundo ele, são poucas que se submetem a fazer este serviço.