11.06.2024 às 15:08h - Brasil
O governo federal decidiu anular o leilão realizado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em 6 de maio, cancelando a compra de 263,3 mil toneladas de arroz que seriam importadas. A decisão foi anunciada pelo presidente da Conab, Edegar Pretto, e pelos ministros da Agricultura, Carlos Fávaro, e do Desenvolvimento Agrário, Paulo Teixeira, após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta terça-feira, 11, no Palácio do Planalto.
Segundo o ministro Fávaro, a avaliação do governo revelou que a maioria das empresas vencedoras do leilão apresentava "fragilidades" financeiras, indicando incapacidade de operar volumes financeiros significativos. As 263,3 mil toneladas de arroz correspondem a 87% das 300 mil toneladas autorizadas para esta primeira operação. Ao todo, mais de R$ 7 bilhões foram destinados para a compra de até 1 milhão de toneladas.
As empresas participam do leilão por meio de corretoras em Bolsas de Mercadorias e Cereais e são reveladas apenas após o certame. Um novo edital será publicado com mudanças para aumentar a transparência e segurança jurídica, mas a data do novo leilão ainda não foi definida.
Ainda nesta terça-feira, o secretário de Política Agrícola do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), Neri Geller, pediu demissão devido a suspeitas de conflito de interesse. O site Estadão reportou que o diretor de Abastecimento da Conab, Thiago dos Santos, responsável pelo leilão, foi indicado por Geller. Além disso, a FOCO Corretora de Grãos, principal corretora no leilão, pertence a Robson Almeida de França, ex-assessor parlamentar de Geller, e sócio de Marcello Geller, filho do secretário.
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