11.05.2023 às 14:02h - atualizado em 11.05.2023 às 14:26h - Saúde

Associados querem destituir a atual diretoria do Hospital de Mondaí

Marcos Herbert

Por: Marcos Herbert Iporã do Oeste - SC

Associados querem destituir a atual diretoria do Hospital de Mondaí
Foto: Vandonei dos Santos/Arquivo/Rede Peperi

Uma Assembleia Extraordinária vai discutir a destituição da diretoria do Hospital de Mondaí. A reunião foi convocada por 186 integrantes da entidade e vai ocorrer no dia 30 de maio, na sede do Grêmio Cultural Ipanema. Segundo o edital publicado, um dos motivos para a destituição da atual diretoria é a falta de renovação do convênio com o Município de Mondaí, o que travou o recebimento de recursos desde janeiro deste ano.

Entre os motivos também está uma declaração nos autos do Procedimento Administrativo instaurado pela Promotoria de Justiça da Comarca, de que a falta de renovação do convênio com o Município “não afetaria a saúde financeira do hospital”. O terceiro motivo é o atraso no pagamento de salários dos funcionários e outras obrigações, a partir de janeiro deste ano. Caso a destituição seja aprovada, será feita a eleição de uma nova diretoria para concluir o mandato vigente.

A reportagem da Rádio Oeste, afiliada da Rede Peperi, conversou via aplicativo WhatsApp com o associado e representante da comissão que busca a destituição da diretoria do Hospital de Mondaí, o advogado Jair Dal Ri. De acordo com ele, neste momento não serão concedidas entrevistas ou prestadas maiores informações sobre a convocação da Assembleia. O atual presidente do Hospital, Paulinho Stecker, também foi procurado, mas não havia retornado até a publicação dessa matéria.

Entenda o caso

O impasse entre o Hospital e a Secretaria de Saúde de Mondaí gerou grande repercussão no início deste ano. Em janeiro, o presidente, Paulinho Stecker, disse em entrevista para a Rádio Oeste que o Hospital havia suspendido os atendimentos básicos por falta de acordo com o Município. Segundo ele, a entidade enfrentou muitas dificuldades no ano passado em meio ao aumento dos casos de dengue e Covid-19 e não recebeu ajudas financeiras da prefeitura para contornar as despesas.

Stecker destacou ainda que no processo de renovação do contrato para 2023, deparou-se com a necessidade de prestar plantão médico de sobreaviso, o que não é mais permitido. Além disso, o Município não atendeu um pedido da entidade para mudar algumas cláusulas e reajustar o valor do contrato. Com isso, os atendimentos básicos que eram prestados no horário em que o Posto de Saúde fica fechado foram suspensos, mantendo apenas atendimentos de urgência, emergência e internações.

Diante da falta de renovação do contrato com o Hospital de Mondaí, os pacientes do município passaram a ser atendidos no Hospital de Iporã do Oeste. Em comunicado publicado ainda no mês de janeiro, a Prefeitura de Mondaí afirmou que “apesar dos esforços, não foi possível a renovação de contrato com a Associação Hospitalar, que deixou de prestar serviços ao município no dia cinco de janeiro, conforme ofício enviado pela própria Associação”.

A publicação afirmou ainda que “tal situação forçou a Secretaria Municipal de Saúde a buscar alternativas, sendo que foi firmado um contrato em caráter de urgência com o Hospital Nossa Senhora das Mercês de Iporã do Oeste, uma vez que foi negado atendimentos a pacientes no Hospital do município”. As dificuldades financeiras causadas pela falta de renovação do contrato com o Município também atrasou o pagamento dos funcionários do Hospital de Mondaí.

O representante do Sindicato dos Trabalhadores em saúde de Chapecó e região, Fábio Ramos Nunes Fernandes, disse em entrevista para a Rede Peperi no final de janeiro, que a entidade interviu para resolver a questão, inclusive com ação no Ministério Público do Trabalho. À época, ele disse que a situação do Hospital era dramática, com falta de insumos e sem atendimento à população.

Por sua vez, o presidente do Hospital disse que o atraso nos salários se devia também ao não recebimento de valores do convênio SUS e da Política Salarial Catarinense, que desfalcaram o caixa do Hospital em R$ 150 mil. No dia 24 de janeiro, funcionários e familiares fizeram uma caminhada do Hospital até a Prefeitura como forma de protesto diante de toda a situação, que ainda não teve um desfecho.

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Foto(s): Vandonei dos Santos/Arquivo/Rede Peperi

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