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Celso Neis, cabeleireiro de Iporã do Oeste, sobreviveu à luta de dois meses e 21 dias contra o coronavírus, período em que ficou internado. O irmão dele, Luiz Neis, que era pároco em Itapiranga, faleceu por conta da Covid, mas ainda antes de ser internado, abençoou Celso, que conseguiu se reabilitar e retornou ao trabalho na última semana.

Neis lembra que sentiu fraqueza e falta de ar no início, mas não perdeu o apetite, nem o gosto da comida. O primeiro teste, feito com cotonete, deu negativo para coronavírus, mas no seguinte, feito dias depois, com coleta de sangue, atestou positivo para o vírus.

O cabeleireiro detalha que recebeu oxigênio no início do tratamento, nos dez dias em que ficou internado no hospital de Iporã do Oeste, e apresentou melhoras. Porém depois começou a enfraquecer gradativamente e teve que ser transferido para São Miguel do Oeste.

Já no Hospital Regional, fizeram tomografia e iniciaram o tratamento do paciente. Celso Neis recorda que a primeira notícia que mandaram para a esposa dele era que seria forte candidato para ser encaminhado à entubação, com sintomas de fibrose pulmonar, o que afeta o funcionamento deste órgão.

“O pulmão já estava bastante comprometido. A toda hora estava rezando para não ser entubado, e graças a Deus eu não fui entubado. Meu irmão que faleceu, de manhã me deu a bênção da saúde e de noite fui levado e fiquei três horas na fila esperando. Nesse momento a saturação começou a melhorar e conseguiram baixar o oxigênio de 15 para 13, e então me levaram de volta para a enfermaria. Outra noite me levaram de volta à semiUTI, que montaram ao lado do pronto socorro, para ser entubado. Tive sorte e escapei outra vez”, relata.

Além do tratamento contra o coronavírus, Celso Neis ainda precisou ficar internado por mais um tempo em função de uma bactéria que atingiu o pulmão.

FALECIMENTO DO IRMÃO E A RECUPERAÇÃO DE CELSO

O irmão Luiz, quatro dias depois de dar a benção de saúde a Celso, começou a ter sintomas de Covid, foi entubado e faleceu oito dias depois. Celso recorda que o irmão lhe enviou áudio relatando que teria sido entubado, o que ficou sabendo mais tarde, por familiares. Ele expressa a consternação pelo falecimento do irmão, mas ressalta a necessidade de permanecer forte e levar a vida adiante.

Celso Neis acredita que enquanto não for a hora da pessoa, ela não vai partir, e agradece pela segunda chance de viver. Num primeiro momento, ao sair do hospital, revela que esteve tão fraco que precisou pegar andador para conseguir caminhar. Depois recebeu atendimento de fisioterapeuta em casa, duas vezes por dia, e seguindo as recomendações, conseguiu se recuperar rapidamente.

Neis destaca que hoje já está forte, até consegue correr um pouco, embora ainda sinta certa falta de ar quando sobe algum morro. Deixa como mensagem para as pessoas, que se cuidem, tenham fé, sejam ativas e lutem ao máximo para manter a saúde. Celso Neis atua há 27 anos como cabeleireiro em Iporã do Oeste e retornou ao salão dele na última semana. Agradece a todos que rezaram e o apoiaram nessa luta.