10.02.2025 às 08:05h - atualizado em 10.02.2025 às 11:04h - Geral
O tradicional Bolão do Pubi vai ficar apenas na memória. O espaço, que durante décadas reuniu moradores e forasteiros da recém-emancipada Vila Oeste, foi demolido na última semana. Aberto na década de 1950, o Bolão foi um dos principais pontos de encontro da comunidade local. O prédio, que fica na rua Duque de Caxias, centro da cidade, foi desmanchado em poucos dias e o terreno será colocado à venda.
Leonina Hofmann Henkes, a Dona Niti e Arlindo Romão Henkes, o seu Pubi, vieram do Rio Grande do Sul para São Miguel do Oeste nos ano 50 e se instalaram no centro da cidade. O prédio de madeira abrigava a churrascaria, bolão e Hotel com 17 quartos. Quase 70 anos depois, Paulo Henkes, o Timboré, um dos sete filhos da Dona Niti e do Seu Pubi, foi encarregado de coordenar a demolição do prédio. “O coração fica apertado porque é uma pena ter que desmanchar o que meu pai fez com tanto carinho e dedicação”, disse.
No meio dos escombros, lembranças e histórias da época em que as famílias viviam longe do digital. Timboré encontrou o livro com as anotações do bolão com o nome e o desempenho dos jogadores. “É uma relíquia que vamos restaurar e guardar com a família”, revelou.
Durante os dias da demolição, Timboré reencontrou a história. “Eu só vejo lembranças e já chorei muito”, revelou. Ele explicou que toda a família trabalhou no local e que ele tinha a função de armar os pinos do bolão a cada nova rodada. “A cidade inteira passou pelo Bolão do Pubi, é incrível, mas enchia todos os dias”, recordou.
Timboré comentou ainda que nos dias de chuva os viajantes, que se hospedavam no hotel, não podiam seguir viagem. “As ruas eram de barros e os veículos não saíam do local, por isso, eles ficavam vários dias jogando bolão e comendo churrasco junto com os moradores”. O Bolão do Bupi, que marcou os dias de São Miguel do Oeste, agora virou lembranças.
Foto(s): Lucas Londero/Portal Peperi
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