09.05.2025 às 08:20h - Santa Catarina

SC registra 180 casos e 14 mortes por meningite entre janeiro e abril de 2025

Ricardo Orso

Por: Ricardo Orso São Miguel do Oeste - SC

SC registra 180 casos e 14 mortes por meningite entre janeiro e abril de 2025
Foto: Divulgação, NSC Total

Santa Catarina registrou 180 casos e 14 mortes por meningite entre janeiro e abril de 2025. De acordo com dados do Informe Epidemiológico das Meningites, publicado pela Diretoria da Vigilância Epidemiológica (DIVE), a maioria dos casos confirmados neste ano são de meningites tuberculose (33%) e por hemófilo (33%), seguida pela meningite pneumocócica (30%). A pasta reforça a importância da vacinação contra a doença.

Neste ano, o Estado registrou 14 mortes pela doença, o que representa uma taxa de letalidade total de 7,7%. Durante todo o ano de 2024, foram 762 confirmações, número menor do que o apresentado em 2023, com 993 casos. A imunização ajuda na prevenção e na tendência de queda de casos

A maior ocorrência de meningites em Santa Catarina foi em crianças de até 4 anos, com uma taxa de incidência de 7,7%, de acordo com a Secretaria de Estado da Saúde (SES). Já as crianças de 5 a 9 anos representaram 4% dos casos. Nos adultos, apesar de 49% dos casos estarem concentrados em pessoas com 20 a 64 anos, a taxa de incidência nestas faixas etárias foi entre 2,3% e 1,6%. A faixa etária de 65 a 79 anos concentrou 7,2% dos casos.

Os grupos etários mais vulneráveis são crianças menores de 5 anos e adultos maiores de 60 anos de idade.

Em 2025, 56 municípios catarinenses registraram casos da doença, distribuídos em todas as regiões de saúde, com maior concentração na região litorânea, entre eles: Joinville, Itajaí e Florianópolis, respectivamente; seguidos pelos municípios de Navegantes, São José, Balneário Camboriú, Chapecó e Palhoça.

Reforço na vacinação

João Augusto Fuck, diretor da DIVE, destaca que a maneira mais eficaz de prevenção é por meio da vacinação.

— Diversas formas de meningite, especialmente as causadas por bactérias perigosas como o meningococo, pneumococo e Haemophilus influenzae tipo B (Hib), podem ser evitadas com vacinas específicas e seguras, disponíveis gratuitamente no calendário nacional de vacinação — diz.

Além da imunização, é importante manter boas práticas de higiene, como lavar as mãos com frequência e evitar compartilhar objetos pessoais que entrem em contato com a boca ou secreções respiratórias.

O que é meningite

A meningite é uma doença grave, de evolução rápida, que se caracteriza pela inflamação das membranas que recobrem o sistema nervoso central (meninges). Pode ser causada por diversos agentes infecciosos como bactérias, vírus, fungos e agentes não infecciosos, como traumatismos.

As meningites de origem infecciosa, principalmente as causadas por bactérias e vírus, são as mais importantes do ponto de vista da saúde pública pela magnitude de sua ocorrência e potencial de produzir surtos. O período de transmissibilidade é variável, dependendo do agente infeccioso e da instituição do diagnóstico e tratamento precoce.

Segundo Sônia Faria, infectologista do Hospital Infantil Joana de Gusmão, as meningites mais frequentes são causadas por vírus. Os sinais e sintomas da doença variam de acordo com a idade de cada pessoa.

— Os sintomas clássicos são dor de cabeça, febre e vômitos que aparecem em crianças maiores. Nas crianças menores os sintomas são inespecíficos, como a falta de apetite, muita sonolência e muita irritação. Mas em todos os casos a febre alta é o principal sintoma. Na presença desses sinais, os pais devem procurar atendimento médico para obter o tratamento e diagnóstico precoce para evitar sequelas e até a morte — informa a infectologista.

Principais sintomas da meningite

- Febre alta repentina

- Dor de cabeça intensa

- Pescoço rígido (dificuldade para mexer o pescoço)

- Náusea e vômito

- Sensibilidade à luz (fotofobia)

- Confusão mental, sonolência ou dificuldade para acordar

- Convulsões (em casos graves)

- Manchas roxas na pele (principalmente em meningite meningocócica)

- Em bebês: choro constante, moleira inchada, recusa de alimentação

Fonte: NSC Total

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