06.09.2021 às 09:48h - Saúde
A pandemia da Covid-19 mexeu com a saúde mental das pessoas aumentando o número de casos de depressão, ansiedade e estresse e, consequentemente, os problemas com o sono cresceram no Brasil. Isso pode ser visto pela alta na venda de remédios para dormir controlados por meio de receitas médicas.
De acordo com dados da Anvisa, a compra do medicamento com a droga hemitartarato de zolpidem, um dos mais populares, cresceu desde o começo da crise sanitária em todos os estados do país. Em 2019, foram vendidas 8,16 milhões de caixas ou frascos do medicamento. Em 2020, o número foi para 8,73 milhões e, em 2021, já há o registro de 4,85 milhões comercializados.
A pandemia aumentou uma tendência que acontecia desde 2011, já que daquele ano até 2018, as vendas do zolpidem cresceram 560%. "A dinâmica que a pandemia trouxe e ainda traz mexeu com o sono das pessoas. As causas vão desde isolamento social, modificação da rotina, medo, incertezas, até aumento do trabalho, aumento do uso de telas, televisão, no celular, o que piora a condição do sono. Além do aumento do consumo de álcool, o que atrapalha a qualidade do sono são bebidas estimulantes para conseguir produzir cada vez mais", explica a psicóloga Ksady Sousa, responsável pela start up SleepUp.
Para a médica Dalva Poyares, pesquisadora do Instituto do Sono de São Paulo e professora da Universidade Federal de São Paulo, o uso de remédios para as pessoas que começaram a apresentar os problemas durante a pandemia pode representar mais danos à saúde do que solução para a dificuldade de dormir.
Os especialistas deixam claro que os remédios para dormir são aconselháveis em casos de distúrbio do sono, mas é necessário um acompanhamento de perto de profissionais que vão controlar os efeitos colaterais, a quantidade de medicamentos e o tempo de uso necessário.
As medicações têm efeitos colaterais que vão desde sonolência, que é o mais comum, até alteração de consciência, memória, dependência e tolerância, que é quando a medicação deixa de ser suficiente e a pessoa vai aumentando cada vez mais o uso para dormir. O uso sem acompanhamento médico pode agravar os problemas.
Fonte: R7
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