06.05.2025 às 07:47h - atualizado em 06.05.2025 às 07:52h - Geral
Projeto finalmente saiu do papel e começou a produção. Primeiras reuniões para implantação foram realizadas em 2004. A partir de 2013 começaram as obras. Conforme o Presidente da Associação de Bioenergia de Itapiranga, Vito Sausen, o projeto foi criado pelo Movimento dos Atingidos Por Barragens, como uma alternativa para evitar a construção da barragem sobre o rio Uruguai.
De acordo com Sausen, atualmente são nove propriedades integrando o projeto. Os produtores contam com mais de 40 mil suínos, com possibilidade de gerar grande produção de energia. No início da construção eram 12 famílias participantes. A usina fica localizada em Santa Fé Baixa. Foi construída uma minicentral termoelétrica, que transforma dejetos de suínos em gás metano. Segundo Vito Sausen, são 10km de gasoduto, 11 biodigestores, de diferentes modelos.
O Presidente da Associação de Bioenergia de Itapiranga destaca que no mês passado começaram os primeiros resultados do biogás. Ele comenta que em abril, foram produzidos aproximadamente 4.600 quilowatts, com 9 biodigestores em funcionamento. Vito Sausen explica que a média de produção está sendo de 60 quilowatts por hora, com 37 horas de funcionamento semanal, utilizando um gerador.
A projeção é de produzir mais de 70 quilowatts por hora, com 12 horas diárias. Isso só deve acontecer quando os 11 biodigestores estiverem em pleno funcionamento. Ele explica que o foco inicial está sendo no desenvolvimento de uma reserva de gás. Somente após ter uma quantidade produzida, o outro gerador poderá ser ligado. Serão dois geradores funcionando e dois como reserva, para não ter problemas. Ele explica que a produção já poderia ser maior, mas os geradores contam com sérios problemas, devido ao tempo em que ficaram parados.
Segundo Vito Sausen, no início deste ano a Eletrosul comunicou a saída do projeto. Com a privatização, a empresa entendeu que não há necessidade de permanecer com o apoio para a usina de Itapiranga. Desde então, os produtores estão seguindo o projeto sozinhos. Eles ainda buscam assessoria, já que perderam o apoio da UFSC, devido a uma questão política. Ele avalia que ainda são muitos ajustes a serem feitos. Cita a dificuldade na produção, por conta do excesso de enxofre nos dejetos suínos.
Mesmo assim, a produção inicial está com boa qualidade. Sausen comenta que o foco agora é reduzir os índices de enxofre no gás, com aquisição de filtros de carvão. O custo para a produção é elevado. Vito Sausen afirma que mesmo assim, os produtores não vão desistir de produzir. Foram anos de espera e entendem que esta etapa de dificuldades faz parte do processo.
Produtores cogitam ideia de vender biogás produzido em Itapiranga. Sem incentivos de estatal e com investimento próprio dos participantes, os custos são muito elevados. Conforme o Presidente da Associação de Bioenergia de Itapiranga, Vito Sausen, as nove famílias integrantes do projeto cogitam a ideia de vender o gás produzido.
Ele comenta que existem duas possibilidades de comércio. O gás pronto, que precisaria ser tratado com purificadores para ser utilizado em indústrias. Sausen menciona que a prática geraria rentabilidade muito elevada para os envolvidos. Cita também a possibilidade de vender de forma bruta, sem o tratamento completo. Prática geraria menos trabalho, porém receberiam menos pela comercialização.
Para enviar energia a rede elétrica, alto valor de transformação causa empecilhos. Desde agosto do ano passado, já foram mais de R$ 18 mil de investimento para transformar baixa tensão em energia de alta tensão. Conforme o Presidente da Associação de Bioenergia de Itapiranga, Vito Sausen, somente com o uso de um transformador de alta tensão conseguem enviar a energia que sobra para a rede da empresa distribuidora. Ele reitera que o objetivo final é de produzir aproximadamente 100 quilowatts por hora.
Desta forma, todas as famílias envolvidas no projeto seriam autossuficientes em energia. Segundo Vito Sausen, agora ocorrem conversas entre os produtores para a contratação de profissionais para auxílio técnico. Ele ressalta que vários entusiastas da prática já demonstraram interesse em apoiar o projeto. Vito Sausen explica que o projeto de biogás atua de uma maneira única no Brasil. Por conta disso a dificuldade é elevada, pois ninguém tem a experiência total com este tipo de produção.
Foto(s): Ricardo do Nascimento/Rede Peperi
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