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Foi realizado pela Epagri nesta terça e quarta-feira, dias 04 e 05, um curso de capacitação em gado de corte para cerca de 20 técnicos de diversas cidades do Extremo-Oeste catarinense. A ação ocorreu no Cetresmo, Centro de Treinamento da Epagri em São Miguel do Oeste.

De acordo com Jonas Ramon, extensionista da Epagri e responsável pela pecuária na região, nos últimos anos a empresa vem registrando uma demanda crescente na área do gado de corte, principalmente por conta da grande quantidade de egressos na pecuária de leite, pessoas que por fatores como a idade avançada, remuneração e dificuldade de mão de obra acabaram deixando o ramo.

Para se ter uma ideia, nos últimos 10 anos a quantidade de produtores de leite na região caiu de cerca de 70 mil para apenas 30 mil, uma queda de aproximadamente 40 mil trabalhadores que migraram para outros setores. Consequentemente, visto o abandono da atividade leiteira, os trabalhadores buscam novas oportunidades para manterem sua renda utilizando a propriedade e, preferencialmente, de modo que não haja a necessidade de uma grande mão de obra.

Jonas informou que atualmente são quatro grupos relacionados à pecuária de corte com os quais a Epagri trabalha, sendo eles localizados nos municípios de Guarujá, Anchieta, Descanso e Tunápolis. Junto a essas associações a entidade realiza diversas atividades focadas principalmente no planejamento de propriedade, de rebanho, forrageiro, contábil e gerencial, além de outros temas que levam os produtores, mesmo que pequenos, a terem um rendimento muito melhor com o gado de corte.

Nesse viés, a capacitação que ocorreu no Cetresmo busca também nivelar as informações e passar conhecimentos e práticas aos técnicos de campo para que eles consigam dar o devido suporte aos agricultores através dos acompanhamentos regulares que a Epagri realiza. Inclusive, treinamentos como este que reuniu os técnicos da empresa servem para tornar possível a criação de uma base de dados e o entendimento da realidade dos municípios da região, otimizando o direcionamento dos investimentos que precisam ocorrer nas propriedades locais.

Jonas Ramon disse ainda que uma das vertentes que a Epagri segue é a de produção de carne à base de pasto, de forma que haja produção intensiva, alta renda e alta remuneração do produtor, até porque diferentemente do ramo leiteiro, as vendas na área do gado de corte ocorrem poucas vezes no ano. O extensionista pontuou algumas atitudes que os pecuaristas devem tomar para profissionalizar sua produção e ampliarem de fato a renda, como investimentos em melhorias da pastagem e melhoramento genético.

É necessário, portanto, que haja também uma gestão muito eficiente na propriedade, tecla na qual a Epagri tem insistido bastante. Como 60% da carne consumida em Santa Catarina precisa vir de outras regiões do Brasil, o estado possui o maior preço cobrado sobre o produto em todo o país. Embora tenhamos bons índices habitacionais e de remuneração, a produção de gado é muito baixa. Em SC, a região de Lages é a maior produtora no ramo.