05.04.2022 às 13:53h - atualizado em 05.04.2022 às 13:56h - Saúde

DENGUE: o que você precisa saber sobre a doença

Cristian Lösch

Por: Cristian Lösch São Miguel do Oeste - SC

DENGUE: o que você precisa saber sobre a doença
ASCOM

Nas últimas semanas, percebeu-se aumento importante dos atendimentos de casos de dengue no HRTGB e na região. Vamos falar sobre o assunto.

Um pouco de história

O mosquito Aedes aegypti surgiu na África e de lá se espalhou para Ásia e Américas, principalmente através do tráfego marítimo. No Brasil, chegou durante o século 18, provavelmente nas embarcações que transportavam escravos (os chamados navios negreiros).

Há relatos de epidemias de dengue já em 1916, em São Paulo, e em 1923, em Niterói. O mosquito chegou a ser considerado erradicado na década de 50, porém foi reintroduzido no país, oriundo de países vizinhos.

Mais recentemente, a doença no Brasil apresenta ciclos endêmicos e epidêmicos, com epidemias explosivas ocorrendo a cada 4 ou 5 anos.

Dados epidemiológicos

Nos últimos dez anos, têm-se observado, além do elevado número de casos, o aumento da gravidade da doença e, consequentemente, de hospitalizações.

Em Santa Catarina desde o início do ano de 2022, vem se registrando um grande aumento nos casos de dengue, especialmente na região Oeste. O estado evidenciou um aumento de 144% no número de notificações de casos suspeitos em comparação ao mesmo período do ano de 2021, e de 108%, no número de casos confirmados da doença.

Entre os casos confirmados de dengue, 22 apresentaram sinais de alarme e 10 óbitos foram registrados, sendo quatro confirmados e seis ainda em investigação pelas Secretarias Municipais de Saúde.

O mosquito

A transmissão da dengue acontece durante a picada da fêmea do mosquito Aedes aegypti infectado com vírus.

O mosquito vive na região urbana e possui hábitos diurnos, ou seja, a hematofagia (alimentação), cópula (reprodução) e oviposição (postura de ovos) ocorrem durante o dia.

Os ovos são colocados em grupos a milímetros acima da superfície da água (e não diretamente nela). Quando chove, o nível da água sobe, entra em contato com os ovos e esses eclodem em poucos minutos. Em um período que varia entre cinco e sete dias, a larva passa por quatro fases até dar origem a um novo mosquito, que vive de 15 a 20 dias.

A fêmea se alimenta de sangue humano a cada 3 dias em média para maturar seus ovos. Uma fêmea infectada pode ter várias alimentações sanguíneas curtas em diferentes hospedeiros, disseminando assim o vírus.

Uma vez contaminada com o vírus da dengue, após um período de 8 a 12 dias de incubação, a fêmea torna-se vetor permanente da doença. Calcula-se que haja uma probabilidade entre 30 e 40% de chances de suas crias já nascerem também infectadas.

O vírus e suas manifestações

O vírus da dengue apresenta quatro sorotipos denominados DENV-1, DENV-2, DENV-3 e DENV-4

Após a picada, os sintomas podem surgir entre quatro e 10 dias. A infecção não é transmitida pelo contato direto com pessoas infectadas.

Quando causa sintomas, a primeira manifestação da dengue é a febre alta de início abrupto, que tem duração de dois a sete dias, associada à dor de cabeça, fraqueza, dores no corpo, nas articulações e no fundo dos olhos. Manchas pelo corpo estão presentes em 50% dos casos, podendo haver coceira associada. Perda de apetite, náuseas e vômitos também podem estar presentes.

No que se refere à forma mais grave, conhecida como febre hemorrágica da dengue, há um agravamento do quadro no terceiro ou quarto dia de evolução, com aparecimento de manifestações hemorrágicas e colapso circulatório. Alguns pacientes podem ainda apresentar manifestações neurológicas, como convulsões e irritabilidade.

É importante observar a presença dos sinais de alerta (vômitos persistentes, dor abdominal, hipotensão postural, hemorragias e inquietação) e, na presença desses, procurar imediatamente atendimento médico.

Diagnóstico e tratamento

A doença é confirmada através de exame de sangue (pesquisa de antígeno NS1 ou de anticorpos IgM/IgG).

Não há um remédio específico eficaz contra o vírus da dengue. O tratamento é realizado a base de analgésicos e antitérmicos e pode ser feito no domicílio.Indica-se hidratação com aumento da ingestão de água e líquidos como sucos, chás, soros caseiros. Não devem ser usados medicamentos com ácido acetilsalicílico (AAS), por aumentar o risco de hemorragias. Já a dengue hemorrágica deve ser manejada em ambiente hospitalar.

Prevenção da doença

Uma vez que os focos de mosquito já estão instalados e o vírus já se disseminou, como medida individual de proteção, sugere-se o uso de repelentes.

Os repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e podem ser utilizados por cima da roupa também. Lembrar de reaplicar de acordo com a indicação de cada fabricante e em caso de suor excessivo ou contato com água. Não há contra indicação para uso em gestantes, desde que o produto tenha registro na ANVISA.

O uso de repelentes em crianças requer alguns cuidados. O produto não deve ser utilizado em crianças menores de 6 meses. De 6 meses a 2 anos, podem ser utilizados aqueles à base de IR3535. Acima dessa idade, também podem ser utilizados os repelentes a base de icardina e DEET, devendo-se observar a concentração do produto. O uso deve se restringir a 3 vezes por dia, lembrando que nunca deve aplicar o repelente diretamente no rosto.

Como medida de proteção coletiva e prevenção de novos surtos, devemos todos nos esforçar para diminuir a infestação pelo mosquito Aedes aegypti. Para isso, sugerimos:

• evite usar pratos nos vasos de plantas. Se usá-los, preencher com areia até a borda;

• guarde garrafas com o gargalo virado para baixo;

• mantenha lixeiras tampadas;

• deixe os depósitos de água sempre vedados, sem qualquer abertura, principalmente as caixas d’água;

• evite plantas como bromélias, pois acumulam água;

• trate a água da piscina com cloro e limpe-a uma vez por semana;

• mantenha ralos fechados e desentupidos;

• lave com escova os potes de comida e de água dos animais no mínimo uma vez por semana;

• retire a água acumulada em lajes;

• dê descarga, no mínimo uma vez por semana, em banheiros pouco usados;

• mantenha fechada a tampa do vaso sanitário;

• evite acumular entulho em terrenos baldios;

• denuncie a existência de possíveis focos de Aedes aegypti para a Secretaria Municipal de Saúde.

Hospital Regional Terezinha Gaio Basso de São Miguel do Oeste

Priscila Rodrigues Garrido Bratkowski, médica Infectologista - CRM - SC 16927|RQE 9386

Diretora técnica - Katia Bugs – médica - CRM 10375 – Nefrologista - RQE 5333

Matérias relacionadas:

> Afogamento é a segunda causa de morte entre crianças de 1 a 9 anos

> Doe sangue e salve vidas

> A dependência de duas drogas lícitas: álcool e cigarro

> Hospital Regional discute a Importância da Prevenção

> Reeducação alimentar controla a pressão arterial e evita o uso de medicamentos

> Diagnóstico precoce do câncer de mama permite alto índice de cura

> Doença Cardiovascular: Vida saudável ajuda a prevenir infartos

> Atividade física e alimentação adequada auxiliam a prevenir a obesidade

> Mudanças de hábitos diminuem a probabilidade e consequências do câncer de próstata

> Acompanhamento médico regular e vida saudável visam controlar o diabetes

> A importância da prevenção das Infecções Sexualmente Transmissíveis

> Uso racional de medicamentos: os riscos da automedicação

> Viva Bem - Sucesso no aleitamento materno exclusivo

> Um novo olhar sobre a prevenção

> Programa Viva Bem do Hospital Regional: Cuide da sua coluna

> Aspectos ortopédicos e traumatológicos

> Depressão e outras doenças psicológicas: o sofrimento em ascensão

> Calor pode aumentar número de acidentes com lagartas venenosas

> Benefícios de uma alimentação saudável

> Programa de Saúde Preventiva: Viva Bem

> A Mulher e a Doença Renal - Incluir, Valorizar, Capacitar

> Comprometimento e atenção podem evitar acidentes de trabalho

> A importância do pré-natal para a mãe e o bebê

> Movimento Abril Verde alerta sobre riscos de acidentes de trabalho

> A importância da Higienização das mãos

> Prevenção de quedas na terceira idade

> VIVA BEM: Doenças relacionadas ao trabalho

> Educação Postural: Conheça seus benefícios

> Dicas para prevenir as doenças de inverno

> Inserindo hábitos conscientes e de preservação do meio ambiente em nossa rotina

> 28 de julho - Dia Mundial de Combate às Hepatites Virais

> Hipertensão: a importância de conhecer, prevenir e controlar

> VÍDEO: VIVA BEM ? Agosto Dourado

> SETEMBRO AMARELO: a dor silenciosa

> VIVA BEM: Prevenção de Quedas de Idosos

> VIVA BEM: Saiba como ser um Doador de Órgãos e Tecidos

> Vacinação: Uma das melhores formas de Prevenir Doenças

> VÍDEO: Outubro Rosa, Previna-se

> Alcoolismo e Tabagismo: dependências que geram problemas de saúde

> Disfagia: entenda a dificuldade de engolir alimentos

> VÍDEO: VIVA BEM; Dezembro Vermelho

> VIVA BEM: cuidando da sua saúde

> JANEIRO BRANCO: Quem cuida da mente, cuida da vida

> VÍDEO: Não faça do seu veículo uma arma!

> VIVA BEM: Câncer tem prevenção!

> Dependência química: Tudo o que você precisa saber

> VIVA BEM: Cuidados na gestação

> VIVA-BEM: Saúde dos Rins para todos

> VIVA-BEM: Saúde da boca: tenha um sorriso bonito e saudável

> VIVA BEM: Os benefícios da atividade física para idosos

> Saiba como higienizar a boca de bebês e crianças de até 5 anos

> VÍDEO: Pratique ginástica laboral/alongamentos

> VIVA BEM: Higienização das mãos salva vidas

> Fumar na gravidez: riscos que o cigarro pode trazer

> Maio Verde: Glaucoma, conheça a doença que pode provocar cegueira

> VIVA BEM: Violência contra a mulher

> VIVA BEM: Alimentação saudável, saúde e nutrição

> Saiba como prevenir as doenças respiratórias no inverno

> VIVA BEM: Cuide-se: Previna Acidentes de Trabalho

> VIVA BEM: Pneumonia na Infância

> VÍDEO: Hepatites virais é o assunto do Viva Bem

> VIVA BEM: Amamentação, alimente a vida

> VIVA BEM: Esclerose Múltipla

> Doenças cardiovasculares: viva mais cuidando da sua saúde

> VIVA BEM: Um mal do rim, a hipertensão

> VIVA BEM: Doar órgãos é doar vida

> VIVA BEM: Outubro, mês de alerta para doenças reumáticas

> Você sabe quando procurar o Pronto Socorro de um Hospital?

> Câncer de Próstata: diagnóstico precoce aumenta em 95% a chance de cura

> VIVA BEM: Diabetes na infância

> VÍDEO: Depressão: saiba como evitar o mal do século

> VIVA BEM: Você sabe a diferença entre Aids e HIV?

> Obesidade: Hábitos alimentares e atividade física

> Quais as principais orientações para realizar seus exames de sangue?

> VÍDEO: Conheça os perigos da automedicação

> Veja algumas curiosidades sobre as Infecções Sexualmente Transmissíveis

> VIVA BEM: Prevenção do câncer

> Hipertensão Arterial: Saiba mais sobre a doença e como prevenir

> VIVA BEM: É exame de rotina? Peça a creatinina!

> Coronavírus: Quando procurar atendimento médico?

> VIVA-BEM: Covid-19: Previna-se higienizando suas mãos

> VIVA BEM: O profissional de saúde em tempos de Covid19

> Infecções por coronavírus em crianças: o que sabemos até agora?

> CORONAVÍRUS: Cuidados ao sair e ao voltar para casa

> Cuidados especiais para pacientes oncológicos em tempo de COVID-19

> VÍDEO: Primeiros Cuidados Psicológicos em tempos de Coronavírus

> VIVA BEM: Alimentação e imunidade

> VIVA BEM: Proteja o ambiente de trabalho do coronavírus

> VIVA BEM: Doação de Sangue em tempos de coronavírus

> VIVA BEM: Seu maior amor guardado no peito e protegido na cadeirinha

> VIVA BEM: Covid-19 e gestação

> VIVA BEM: A qualidade do ar na prevenção do Coronavírus

> VÍDEO: Armazenar álcool em gel no carro é seguro?

> Agosto dourado - Como amamentar em tempos de Covid-19

> DISPEPSIA FUNCIONAL: “Má Digestão” ou “Gastrite Nervosa”

> VÍDEO: Covid-19: Tire suas dúvidas sobre a doença

> O que o paciente oncológico deve saber durante a pandemia de covid 19?

> VIVA BEM: Como lidar com a ansiedade durante a pandemia?

> VIVA BEM: Câncer de Mama: O que você precisa saber?

> VÍDEO: Retinopatia diabética: conheça a doença, sintomas, tratamento e prevenção

> VIVA BEM: Como identificar o autismo em crianças

> VIVA BEM: Saúde Integral do Homem

> VÍDEO: O que é Rede Catarina de Proteção à Mulher?

> VIVA-BEM: Luz da tela do computador e os efeitos na visão

> DEZEMBRO LARANJA - Fique atento a sua pele, previna-se!

> VIVA-BEM: Alimentação infantil e nutrição adequada

> VIVA BEM: Doenças de verão: saiba o que são e como evitá-las

> VÍDEO: Saúde mental durante a pandemia

> Maternidade após os 40 anos: o que você precisa saber?

> Câncer e Covid-19: o que você precisa saber sobre o assunto

> VIVA BEM: O papel do diagnóstico por imagem na COVID-19

> VIVA BEM: doença Cardiovascular na Covid-19

> VIVA BEM: saúde no ambiente de trabalho

> A importância dos exames laboratoriais no auxílio ao tratamento da Covid-19

> VIVA BEM: processo de luto em contexto de pandemia

> A importância de usar Equipamento de Proteção Individual durante a pandemia

> VIVA BEM: conscientização sobre autismo

> VÍDEO: cuidados ao realizar refeições durante a pandemia

>Você sabe como interpretar as informações nas caixas de medicamentos?

> Como a alimentação pode ajudar fortalecer a imunidade

> VIVA BEM: Menopausa

VIVA BEM: Vacinação em dia é sinônimo de prevenção

> VÍDEO: como cuidar do cordão umbilical do bebê para evitar infecções

> VIVA BEM: O leite materno é a melhor escolha da mãe para o bebê

> VIVA BEM: alerta para o exame de mamografia após vacina contra covid-19

> SETEMBRO VERDE: Saiba como prevenir e combater o Câncer de intestino

> Colesterol e triglicerídeos elevados: quais os riscos e como evitar

> CÂNCER DE MAMA: diagnóstico precoce oferece até 95% de chances de cura

> VIVA BEM: como a alimentação interfere na saúde do corpo

> Novembro Azul chama atenção para os cuidados com a saúde do homem

> DIABETES MELLITUS: Saiba o que é, como prevenir e tratar

> Um em cada 4 portadores de HIV não sabe que está infectado

> Fonoaudiologia preventiva auxilia no desenvolvimento e na qualidade de vida

> VÍDEO: Câncer de pele é o tipo mais comum de Câncer no Brasil

> Uso racional de medicamentos: perigos da automedicação

> VERÃO: muita água e alimentação leve para manter a saúde em dia

> SAÚDE MENTAL: por que é tão importante falar sobre o tema e buscar ajuda?

> VIVA BEM: ouvidos precisam de mais cuidado no verão

> CRIANÇA EM CASA: principais medidas de segurança para evitar acidentes domésticos

> CONSUMO DE ÁLCOOL E OUTRAS DROGAS: consequências físicas, psíquicas e sociais

> Obesidade Infantil: causas e consequências

> MARÇO AMARELO: mês mundial de conscientização da endometriose

> Projeto Rede Catarina atua na prevenção da violência doméstica; vídeo

Fonte: ASCOM

Comentar pelo Facebook

Fique por dentro das últimas novidades do Portal Peperi.