04.10.2020 às 14:54h - Bombeiros
Neste domingo, 04, é comemorado no Brasil o Dia da Natureza. A data criada com o intuito de conscientizar a população sobre a importância do meio ambiente, chega em 2020 permeada de aumentos significativos nos desmatamentos e queimadas em florestas no país.
O Estado também não tem muito o que celebrar. De acordo com dados do Corpo de Bombeiros de Santa Catarina, até o dia 29 de setembro deste ano foram registradas 5.523 ocorrências de incêndio em vegetação, número que corresponde a um aumento de 256,8% em relação a mesma data do ano anterior, que era de 1.548.
Ainda conforme os dados do Corpo de Bombeiros, de janeiro até o dia 29 de setembro de 2018 foram registrados 1.497 incêndios, e em 2017, eram 2.034 ocorrências neste mesmo período.
Segundo o comandante do 1º BBM (Batalhão de Bombeiros Militar), Diogo Losso, um dos fatores que explica a alta nos dados de queimadas é a estiagem que atingiu o Estado durante o ano. No entanto, a ação humana continua sendo uma das principais causas de incêndio em vegetação em Santa Catarina.
“Ela se dá de diferentes maneiras, como colocando fogo diretamente em regiões de mata, como em rejeitos, para limpeza de terrenos ou ainda no descarte de bitucas de cigarro e vidros que podem ter o efeito de lupa, em contato com o sol, iniciando uma chama na vegetação seca”, explica.
De acordo com o professor de botânica da Udesc, Christian da Silva, os constantes incêndios em vegetação têm efeitos que incluem a perda de diversidade, extinção local de plantas ou animais e até de paisagem.
“As áreas de mata atlântica em geral, não são áreas que evoluíram com adaptação ao fogo. A vegetação não está acostumada a regimes de incêndios contínuos ou repetidos, então toda vez que tem uma queimada, geralmente destrói uma porção inteira da vegetação, e a partir deste momento você desequilibra um balanço que existia, você tira a estabilidade daquele ecossistema e vai levar um bom tempo até que a natureza consiga restabelecer as condições anteriores”, analisa.
“E dependendo do ambiente, estamos falando de formações florestais ao longo de encostas de morro, com solo instável e pouco fértil, então quando perde a vegetação ainda tem riscos de deslizamentos, quando abre clareira tem possibilidade de estabelecimentos de espécies invasoras, entre outros problemas graves”, alerta o pesquisador.
Fonte: ND Mais
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