04.09.2025 às 15:04h - Geral
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse ser arriscado que o Congresso Nacional aprove a anistia ao ex-presidente Jair Bolsonaro, que está sendo julgado no STF (Supremo Tribunal Federal). O comentário de Lula foi feito em encontro com comunicadores e ativistas do Aglomerado da Serra, em Belo Horizonte.
“Se for votar no Congresso, corremos o risco da anistia [ser aprovada]. O Congresso, vocês sabem, não é um Congresso eleito pela periferia. Ele tem ajudado o governo, temos aprovado tudo que enviamos, mas a extrema-direita tem muita força ainda no Congresso”, alertou Lula.
O comentário foi feito logo depois do presidente criticar o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP), sem o citar diretamente, por articular a imposição de sanções contra o Brasil com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
“Estamos vendo agora os falsos patriotas fazendo campanha pedindo para o Trump intervir no Brasil. O pessoal que fez campanha abraçado com a bandeira do Brasil, agora estão [abraçados] com a bandeira dos Estados Unidos”, alfinetou.
Entenda
Enquanto o STF (Supremo Tribunal Federal) avança com o julgamento sobre tentativa de golpe de Estado, a oposição no Congresso Nacional, aliada ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), tem atuado nos bastidores para conseguir pautar uma anistia geral.
A ideia é ir além dos presos pelos atos extremistas do 8 de Janeiro. O texto beneficiaria o próprio Bolsonaro e também investigados pelo STF no inquérito das fake news.
O movimento foi intensificado com a atuação do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em paralelo ao julgamento, e se tornou o assunto de destaque entre líderes partidários na Câmara dos Deputados.
As investidas do PL, partido de Bolsonaro, são voltadas a pautar o texto o mais rápido possível, mas o indicativo é de que as próximas etapas avancem apenas após o fim do julgamento no STF.
As negociações ganharam apoio de partidos do centro, como Republicanos, União Brasil e PP. Os dois últimos desembarcaram do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva nesta semana e pressionaram os quatro ministros filiados às legendas a deixarem os cargos, em gesto de alinhamento à oposição e com foco nas eleições gerais de 2026.
Em outra frente, Tarcísio levou o apoio do Republicanos ao texto nesta semana e ainda se encontrou, de forma reservada, com o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-SP), na noite dessa quarta-feira (3). O senador Ciro Nogueira (PP-PI), presidente da federação União-Progressista, também estaria presente no encontro.
Para o líder do PL na Câmara, deputado Sóstenes Cavalcante (RJ), a atuação de Tarcísio tem sido importante. “[O papel dele tem sido] importantíssimo. Ele trouxe o Republicanos e está tentando trazer o Podemos. Ele tem sido uma grande ajuda neste momento”, declarou.
Ainda nessa quarta, o líder do PT na Câmara, deputado Lindbergh Farias (RJ), afirmou que um pedido de urgência ao texto deve ser apreciado pela Casa na próxima semana, enquanto o mérito seria votado após o julgamento.
Farias vê o movimento de Tarcísio como um claro aceno para a campanha presidencial de 2026, apesar de o governador negar a pretensão publicamente.
Fonte: R7
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