04.09.2020 às 16:01h - Economia
O crescimento das exportações de alimentos, alta do dólar e a maior demanda interna em função da pandemia estão causando alta generalizada de preços de alimentos. O alerta é feito pela Associação Brasileira de Supermercados (Abras) e reforçado pelas associações estaduais do setor, no Estado a Associação Catarinense de Supermercados (Acats). Segundo a entidade, os reajustes estão acontecendo nos preços do arroz, feijão, carnes, leite, óleo, frutas e outros itens.
Como, normalmente, o setor, que é o último elo da cadeia na venda ao público e acaba sendo o culpado pelos aumentos, desta vez a Abras tomou a iniciativa de alertar. Está discutindo o assunto com o Ministério da Agricultura, com fornecedores do mercado e também comunicou o problema para a Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon), órgão do Ministério da Justiça. A associação supermercadista diz que é contra a prática abusiva de preços e que está tentando resistir aos aumentos.
A alta de preços também ocorre em Santa Catarina. A inflação de Florianópolis, medida pelo Índice de Custo de Vida, apurado pela Esag/Udesc, que inclui quase 300 itens, ficou acima do esperado em agosto.
Subiu 0,69% no mês e no acumulado do ano teve alta de 2,24%. O que mais puxou a alta no mês foi energia com mais de 8%, combustíveis com quase 3% e passagens aéreas quase 11%. Os alimentos também pesaram. Foi registrada alta de 11,3% no óleo de soja, 9,6% no arroz, 3,59% no leite longa vida e 12,83% no mamão. Tanto os preços de hortifrúti quanto de leite e derivados subiram em função da entressafra. No caso das carnes, a pesquisa da Esag apurou na Capital uma pequena redução nos produtos in natura e aumento nos industrializados. O presunto ficou 3,61% mais caro.
Fontes do agronegócio informam que há pressão por alta nos preços de proteína animal, puxada pela carne bovina. A expectativa é de mais altas porque a soja, um dos principais itens da ração animal, está custando R$ 130 por saca no mercado interno e o produto importado sai por R$ 150. Como o Brasil está exportando o que produziu, logo terá que importar mais caro porque não há mais estoque regulador.
A pandemia está fazendo com que mais pessoas cozinhem em casa e o auxílio emergencial permitiu mais consumo. Além disso, o dólar alto está impulsionando exportações e reduzindo importações de alimentos, dois comportamentos de mercado que elevam preços.
Fonte: NSC Total
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