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Dois ônibus com profissionais que serão afetados pela alteração saíram da regional de São Lourenço do Oeste em direção à Assembleia Legislativa, na capital do Estado. Os profissionais querem fazer pressão aos deputados contra as mudanças, por considerarem injustas, e até crueis para com os educadores. Caso considerem necessário, a categoria está preparada para mais mobilizações, até mesmo greve por direitos, caso seja necessário. Nos municípios, os protestos seguem o dia todo, e a previsão é de que as aulas retornem amanhã, ao menos temporariamente.

Conforme o professor da escola Emílio Médici de Campo Erê - Márcio De Macedo, é muito prejudicial para os profissionais da educação. A proposta, enviada pelo governo para a Assembleia Legislativa, aumenta o tempo necessário para a aposentadoria do professor. Marcio explica que se for aprovada, uma das mudanças é com relação a idade. As mulheres terão que trabalhar em sala de aula até os 62 anos de idade. Atualmente a idade necessária é 55. Na visão dele, chega a ser desumano fazer uma professora de 62 anos encarar as novas gerações e o dia-a-dia escolar.

Aos 65 anos, maioria dos professores já não tem condições físicas nem psicológicas para encarar uma sala de aula. De Macedo explica que essa deve ser a nova idade exigida dos homens, que atualmente podem se aposentar aos 60. Acrescenta que o profissional trabalha pensando na velhice, com o desejo de descansar e ainda conseguir ter novos projetos na vida. Conforme Márcio, na maioria das vezes o professor não tem sábado nem domingo, pois seu trabalho excede o período no educandário. Lembra que não há regime de transição previsto na reforma. Caso for aprovada, passa a valer imediatamente, aumentando em sete anos o tempo de trabalho de quem poderia esse ano se aposentar.

O Governo propõe criação de imposto sobre aposentadoria de professores. A taxa de 14 por cento também está incluída na proposta de reforma da previdência, e deve ser cobrada dos profissionais que já estão aposentados. O professor pontua que o valor recebido na aposentadoria como educador já não é alto e essa redução é considerada abusiva para quem dedicou a vida toda ao ensino. Passando todos os dias em sala de aula, já considerava somente tolerável imaginar um professor trabalhando o dia todo com uma turma aos 60 anos, com 65, classifica como crueldade.