03.07.2025 às 08:40h - Santa Catarina

Em meio a mortes e casos entre crianças, SC aguarda vacina contra vírus respiratório

Ricardo Orso

Por: Ricardo Orso São Miguel do Oeste - SC

Em meio a mortes e casos entre crianças, SC aguarda vacina contra vírus respiratório
Foto: Breno Esaki, SES/DF

Em 2025, ao menos 18 pessoas morreram após contrair o Vírus Sincicial Respiratório (VSR) em Santa Catarina. Das vítimas, 12 eram bebês e crianças de idade entre zero e nove anos, conforme dados do Centro de Informações Estratégicas para a Gestão do SUS (Cieges SC) até o fim de junho. Em relação aos casos, são 1.825 confirmados, sendo 1.555 na mesma faixa etária dos óbitos pelo vírus. Um número que traz um alerta para a saúde, principalmente devido a demora na implantação de uma nova vacina contra o vírus.

A vacina contra o VSR, dada em gestantes para proteger os bebês nos primeiros meses de vida, ainda não chegou a Santa Catarina, apesar de incorporada pelo Ministério da Saúde em fevereiro. Procurada, a Secretaria do Estado da Saúde (SES) informou que a compra e distribuição do imunizante é de responsabilidade do Ministério. Já a pasta afirmou que a vacina deve chegar à população a partir do segundo semestre.

O VSR é um agente infeccioso que ataca os pulmões e as vias respiratórias. Segundo o Ministério da Saúde, o vírus é especialmente comum em bebês e crianças pequenas. Dados do boletim InfoGripe, divulgado pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) semanalmente, mostram que as infecções causadas por VSR são uma das principais responsáveis por casos de síndrome respiratória aguda grave (SRAG) em crianças.

Além disso, dados da Secretaria de Atenção Primária à Saúde (SAPS) indicam que o VSR é responsável por cerca de 80% dos casos de bronquiolite e até 60% das pneumonias em crianças menores de dois anos. Estima-se, ainda, que uma em cada cinco crianças infectadas pelo VSR necessite de atendimento ambulatorial, enquanto uma em cada 50 seja hospitalizada no primeiro ano de vida.

Entre 2018 e 2024, foram registradas 83.740 internações de bebês prematuros (menos de 37 semanas) devido a complicações relacionadas ao vírus, como bronquite, bronquiolite e pneumonia.

Mesmo com a incidência alta entre bebês e crianças, o vírus pode afetar pessoas de qualquer idade. De acordo com o Ministério da Saúde, ele se espalha facilmente, sendo transmitido de uma pessoa para outra quando alguém tosse ou espirra, ou ao tocar superfícies e objetos contaminados.

Ministério da Saúde anuncia novos métodos de prevenção

Até então, a principal opção disponível para a prevenção do VSR no SUS era o medicamento palivizumabe, destinado a bebês prematuros extremos (com até 28 semanas de gestação) e crianças com até dois anos de idade que apresentassem doença pulmonar crônica ou cardiopatia congênita grave. No entanto, em fevereiro deste ano, um anúncio do Ministério da Saúde prometia mudar esse cenário.

No dia 17 daquele mês, a pasta anunciou que incorporaria duas novas tecnologias para prevenir complicações causadas pelo VSR.

Uma delas era um anticorpo monoclonal nirsevimabe, indicado para proteger bebês prematuros e crianças até dois anos nascidas com comorbidades. A segunda era uma vacina recombinante contra os vírus sinciciais respiratórios A e B, dada em gestantes para proteger os bebês nos primeiros meses de vida. Ambas foram avaliadas durante a 137ª Reunião Ordinária da Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (Conitec), que considerou o impacto positivo dessas medidas na prevenção de hospitalizações e óbitos infantis, segundo a pasta.

Fonte: NSC Total

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