02.09.2020 às 14:26h - Justiça
A investigação criminal sobre a compra de 200 respiradores pelo governo de Santa Catarina ficará em Brasília. O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ) Benedito Gonçalves determinou a instauração do inquérito contra o governador Carlos Moisés da Silva na apuração. Com isso, também enviou o caso para a Polícia Federal (PF), que será a responsável pela investigação. A decisão do ministro é de 10 de agosto e foi obtida pela NSC TV.
Dentro da decisão, Gonçalves inclui com uma das diligências o depoimento de Moisés à PF sobre a compra dos respiradores. O órgão terá 90 dias para fazer as diligências, com o acompanhamento do próprio STJ, além do MPF.
O processo estava em Santa Catarina até julho, quando o Ministério Público (MP-SC) o encaminhou para Brasília por conta da citação do termo "governador" nas investigações. Ao receber o documento, o Ministério Público Federal (MPF) se manifestou pela instauração do inquérito. O posicionamento é da subprocuradora-Geral da República, Lindôra Maria Araújo.
No entendimento dela, "os elementos de informação colhidos dão conta de que o governador Carlos Moisés aparentemente teve relevante participação nos fatos apurados, inclusive autorizando o pagamento antecipado dos valores à empresa indicada por Fábio Guasti (Veigmed)". Lindôra cita um grupo criado no WhatsApp para discutir a gestão da crise do coronavírus, do qual participava também o governador.
Para a subprocuradora, "a participação ativa de todo o procedimento do governador Carlos Moisés, do Secretário de Saúde Helton Zeferino e do Chefe da Casa Civil Douglas Borba sugere que todas essas irregularidades foram propositais". Ela destaca ainda que, além dessas referências, merece atenção "a circunstância de que o Governador do Estado envolve-se direta e pessoalmente no enfrentamento à pandemia em Santa Catarina, ou seja, está muito próximo dos acontecimentos relacionados à saúde, em especial das ações para aparelhamento do Estado".
Fonte: Ânderson Silva / NSC TV
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