02.06.2021 às 11:48h - Saúde
Na manhã do sábado, 29, Rafael Piccolo, de 30 anos, que vem travando uma batalha contra a Covid-19 há 15 dias, foi transferido de Pato Branco para um hospital no Rio de Janeiro.
O jovem que antes de ter o exame positivo fez outros dois testes que tiveram resultado negativo, e inicialmente teve sintomas leves, teve agravamento no seu quadro clínico ainda na semana passada, quando familiares e amigos começaram a se mobilizar para captar recursos em busca de uma possibilidade na rede privada, pois faltava leitos para internamento via Sistema Único de Saúde (SUS).
Ainda em Pato Branco, Piccolo foi submetido a um procedimento que lhe deu o suporte pulmonar, utilizando o ECMO (sigla em inglês para Oxigenação por Membrana Extracorpórea), um equipamento de alta complexidade que funciona como um pulmão artificial, bombeando o sangue dos pacientes. A intervenção foi realizada na Unidade de Pronto Atendimento, onde o jovem estava internado.
O médico pediatra Julio Cesar Pereira Dias, vem trabalhando com telemedicina em todo o país e serviu como apoio local para a equipe carioca que é coordenada pela Ludhimila Hajjar, um dos maiores nomes na atualidade no tratamento da covid. “É fantástico a melhora da oxigenação quando o sangue completa o circuito, voltando para o organismo”, revela Dias, avaliando que este tratamento específico poderia ser ofertado localmente, desde que havendo equipe especializada, mas que com a referência obtida por Pato Branco na medicina, seria sim possível. Ele também destaca ser um procedimento de custo elevado.
O pediatra afirma que, prestes a completar 15 meses da pandemia, este é o momento de se colocar em prática o que se aprendeu durante o período. Para Julio, é o momento de profissionais da área privada da saúde auxiliarem aqueles que incansavelmente vem trabalhando no enfrentamento da pandemia. “Para esta terceira onda, temos que usar o que todos aprendemos. O poder público fazendo o impossível que é o que os colegas vêm fazendo, a sociedade civil de modo geral, porque é bom para todo mundo”, disse completando: “precisamos nos doar, e isso passa por treinamento da equipe médica, de enfermagem, e isso pode ser por vídeo com grandes centros.”
Ele defendeu ainda a necessidade de realização de fisioterapia respiratória para os pacientes hospitalizados. “Me chama a atenção da ausência deste profissional para dar suporte e ajudar na evolução dos pacientes. Temos uma faculdade no município com o curso e temos convênio com o a Rede D’or de hospitais para qualificar esses fisioterapeutas.”
“O Rafael ainda precisa de muitos cuidados (…), mas ele é forte, tem saúde, nunca fumou”, comenta a mãe que descreve com muitos detalhes como foi a evolução da Covid no jovem de 30 anos.
Os quase 1,3 mil quilômetros de distância entre Pato Branco, onde está a mãe Maria Ribeiro Piccolo, e o Rio de Janeiro, onde está Rafael, são encurtados pelas orações, e por uma espécie de corrente positiva de familiares, amigos e até mesmo de desconhecidos, que se sensibilizaram com a história. “Achando que estava com sintomas o Rafael fez o primeiro teste pouco antes do Dia da Mães, deu negativo, depois fez um novo, e deu negativo de novo”, comenta dona Maria, lembrando que na segunda-feira pós Dia das Mães, a esposa de Rafael teve sintomas de resfriado, vindo a positivar para Covid-19. Rafael voltou a sentir alguns sintomas, na segunda-feira, 17, quando novamente buscou ajuda médica e logo iniciou o tratamento com medicamento.
Naquela mesma semana, as dores de cabeça e no corpo se acentuar, mas com o tratamento, dias depois chegou a afirmar para a mãe que “nem parecia que estava doente, (…), que cada dia melhorava”, segundo o que conta dona Maria. Dias depois, o quadro de Rafael piorou e o jovem passou a ter crises de tosse, sendo necessário o suporte de oxigênio e intubação na quinta-feira, 27.
Necessitando de internamento a família começou a busca por um leito para o jovem. “Não achamos vaga [pelo SUS], aí a gente começou a procurar particular, foi quando apareceu essa vaga no Rio de Janeiro”, comenta dona Maria, lembrando que todo o procedimento de ECMO e transferência estavam previstos para a noite da sexta-feira, 28, porém, não ocorreu por conta do mau tempo.
Maria releva ainda que por se tratar de um hospital particular, a família teve que depositar uma certa quantia para garantir a vaga para o filho, valor este que é abatido com as diárias e procedimentos para o tratamento da Covid. Da mesma forma que a família vem buscando o suporte emocional para passar por esse momento por meio da fé, conta com a solidariedade das pessoas por isso foi criada uma campanha.
As doações podem ser feitas as doações podem ser feitas em http://vaka.me/2109394. Na descrição da campanha, a família afirma que o transporte com a aeronave médica, que levou o jovem ao Rio de Janeiro, teve valor estimado de R$ 87 mil a R$ 125 mil. Já o custo inicial do tratamento médico no hospital é considerado em R$ 300 mil, podendo sofrer alterações de acordo com a necessidade de procedimentos, no entanto, a família afirma que a diária é de R$ 20 mil a R$ 25 mil.Fonte: Diário do Sudoeste
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